Mônica Martelli chega a Maceió para contar a saga de Fernanda, em “Minha via em Marte”
Em “Os Homens São de Marte...”, a personagem Fernanda estava em busca de um amor, mas acabou não o encontrando. Já “MINHA VIDA EM MARTE” chega aos palcos com a grande novidade: Fernanda não só casou, como já teve uma filha e, aos 40, vive uma crise conjugal.
Janaina Ribeiro / Repórter
Arrancar gargalhadas do teatro inteiro. É com essa missão que a atriz, escritora e produtora Mônica Martelli chegará em Maceió, no próximo sábado (28), para encenar o espetáculo Minha Vida em Marte. A peça, que já foi vista por mais de 180 mil espectadores em todo o Brasil, promete levar muito humor ao público ao falar sobre a Fernanda, uma empresária bem-sucedida que, aos 40 anos, vive uma crise no casamento. E foi justamente das situações conflituosas do seu próprio cotidiano que a artista carioca tirou inspiração para fazer os textos da peça, acrescentando a eles, claro, muita comédia.
O #Notícias40Graus bateu um papo com a Mônica, que falou sobre o novo cenário da mulher brasileira, que já deixou para trás o estigma de ser dona de casa e agora está mais empoderada do que nunca. A artista também contou que é mais difícil fazer humor do que drama, e que estava com “saudades” do público de Maceió. Ela ainda defendeu a arte e disse que a cultura liberta. E, por fim, para os fãs da história de ilariante Fernanda, uma novidade muito bacana: Minha Vida Marte 2 vem aí!
Confira, abaixo, como foi nosso bate-papo com Mônica Martelli:
1- Minha vida em marte já conquistou 180 mil espectadores desde sua estreia em maio de 2017. E os números só crescem com a passagem do espetáculo por outros estados. A que você atribui esse sucesso de público?
O sucesso de Minha vida em Marte está na verdade em cena e na identificação imediata dos homens e das mulheres. Costumo dizer que não é um espetáculo só para mulher. Quando estreei pela primeira vez nunca podia imaginar que seria o divisor de águas na minha vida. Escrevi as histórias da minha vida e a Identificação foi como amor à primeira vista. O sucesso é a verdade. O que está ali foi o que eu vivi e o que as pessoas vivem. Todo mundo passa pelos mesmos dilemas. O diferencial é a forma como apresento esses dilemas.
2- Em Os Homens São de Marte… E é pra Lá que eu Vou, a Fernanda buscava um namoro/marido. E a peça e o filme terminam sem que esse fato ocorra. O que te levou a dar continuidade à história, dessa vez, com a protagonista tendo casado e já enfrentando uma crise no relacionamento?
Sempre pensei em fazer a continuação de Os Homens São de Marte e é pra Lá Que eu Vou. Contar como estava a vida de casada da Fernanda. Mostrar as angústias, alegrias, encontros e desencontros que passamos num casamento. As dificuldades que enfrentamos para manter um relacionamento saudável depois de muitos anos. A diminuição da libido, a intolerância a falta de cuidado um com o outro. Quando a gente casa, deseja que dure pra sempre, apesar de racionalmente sabermos que a vida é feita de ciclos e que tudo tem início, meio e fim – mas obviamente ninguém casa pra se separar. Por isso a gente luta para que dê certo. A personagem também luta para manter o casamento mas nem sempre dá certo, infelizmente. Sempre quis contar esse história. Mas só pude fazer isso depois de anos separada. Só assim pude ter o distanciamento necessário para escrever nossas dores com leveza e humor.
3- Você acha que segue sendo comum, as mulheres, com mais de 40 anos, estarem vivendo relações frustradas ou cheias de problema? Ou realmente o filme também teve inspiração na sua experiência pessoal de vida?
Mudou muito. Tenho certeza o empoderamento feminino mexeu com as relações. Aconteceu uma tomada de consciência do papel da mulher na sociedade. A mulher hoje começa a saber de seus direitos e batalhar por eles. Na peça a personagem é feminista porque vai de encontro aos seus desejos. Nada mais livre e libertador do que a gente identificar nossos desejos e ter persistência de ir ao encontro deles. A Fernanda luta pelo casamento, mas não atura tudo em nome de um projeto de família feliz. E tudo o que está na peça faz parte da minha experiência pessoal de vida.
4- A sua marca nos espetáculos e filmes é a comédia. É mais fácil interpretar quando o clima é de humor?
Não é mais fácil fazer humor, fazer humor é mais difícil que o drama porque o humor tem um tempo específico, porque a piada é quase matemática. Eu que faço monólogo, por exemplo, se erro na respiração, posso perder uma piada. Humor você não aprende, é uma coisa que é sua, é um olhar que você tem para a vida e a forma como você conta a história. Já no drama, você estando presente e verdadeiro na situação, faz com que tudo transcorra bem. São diferentes, mas é um engano achar que o humor é mais fácil.
5- Você e Paulo Gustavo formaram uma dupla que tanto deu certo que, somente nos cinemas, arrancaram gargalhadas de mais de 5 milhões de espectadores. Pode-se esperar uma trilogia dessa história?
Sim, a gente vai fazer Minha Vida Marte 2! Vai ser em 2021 e estamos ansiosos!
6 – A Mônica Martelli, claro, também tem fãs em Alagoas. O que o público pode esperar dessa apresentação, aqui em Maceió?
Ah, que saudades eu estava de Maceió. E vocês podem esperar amar a peça por várias razões, a primeira é porque é uma visão da luta do casamento bem-humorada, e situações que homens e mulheres se identificam. Sim, embora seja contada pela perspectiva de uma mulher, todo mundo ri das situações que todo mundo passa. E acredito que a peça faz você se olhar também, se questionar, questionar os caminhos. Eu tenho certeza que vocês vão amar e rir demais.
7 – Mudando um pouco de assunto… Vivemos tempos delicados quanto aos patrocínios vindos por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. Como você vê esses posicionamentos recentes do Ministério da Cultura, censurando filmes e espetáculos Brasil afora?
A arte, independente da forma como ela é apresentada, pode ser por meio do teatro, da música, da literatura, das artes plásticas, é fundamental para a formação de um povo. A arte educa, instrui, e te faz sonhar. A arte deveria ser incentivada em todas as escolas. É nisso que eu acredito e é pela arte livre que estarei sempre nos palcos. A vida sem arte é dura. A arte te faz pensar. E também é autoconhecimento.
SERVIÇO
Local: Teatro Gustavo Leite
Data: 28 de setembro, às 21h.
Valores: Plateia: R$ 70,00 (meia-entrada) e R$ 140,00 (inteira). Mezanino: R$ 50,00 (meia-entrada) e R$ 100,00 (inteira).
Pontos de venda: Erva Doce, Doce Erva (R. Mário de Gusmão, Ponta Verde). Acesso Vip – Parque Shopping- térreo e Acesso Vip – Unicompra Farol. Vendas Online: www.suechamusca.byinti.com.