Clube da Esquina: turnê de Mílton Nascimento chega a Maceió no próximo dia 22, no Space Maceió
Num bate-papo com o #Notícias40graus, "Bituca" falou, claro, sobre a emoção de estar rodando novamente o país com apresentações inéditas, relembrou momentos importantes da sua carreira e falou sobre empatia e adoção.
Janaina Ribeiro
“Se Deus cantasse, seria como a voz de Mílton”, disse Elis Regina, certa vez, lá atrás, na década de 70. E acho que ela estava mesmo certa. Dono de uma voz forte e inconfundível, o carioca mais mineiro de todos os tempos estará retornando a Maceió, no próximo dia 22, em sua nova turnê: Clube da Esquina.
O show, que faz uma homenagem aos dois álbuns homônimos ao nome da turnê, reúne algumas das canções mais famosas de Milton Nascimento e promete uma noite especial aos fãs alagoanos.
Se vai ter nessa novidade no palco aqui em Maceió? Ele garante quem sim, mas diz que vai depender da “energia” do público. Então, vamos lá fazer esse espetáculo se tonar inesquecível, né?
O #Notícias40Graus bateu um papo com “Bituca”, apelido carinhoso que Mílton carrega desde a adolescência. Ele falou, claro, sobre a emoção de estar rodando novamente o país com apresentações inéditas, relembrou momentos importantes da sua carreira e falou sobre empatia e adoção.
Confira, abaixo, como foi essa conversa bacana!
1. Já são mais de 50 anos de carreira e 47 discos lançados nas cinco últimas décadas. A história da música popular brasileira se mistura com a de Mílton Nascimento. Como você resumiria a sua biografia profissional?
Tudo o que eu vivi não teria acontecido sem a presença da amizade na minha vida. Amizade é tudo, e é por causa dela que eu vivo.
2. Ao longo desses anos, é possível dizer o que ocorreu de mais importante e o que mais te frustrou como artista?
É normal na vida de qualquer pessoa passar por altos e baixos. Faz parte de nosso crescimento, e a gente aprende vivendo uma coisa de cada vez.
3. Ao lado de nomes como Flávio Venturini, Lô Borges e Beto Guedes, você criou o Clube da Esquina, grupo que fez muito sucesso na década de 70. Que importância esses músicos continuam tendo na sua vida?
Total! Sem eles nada disso teria acontecido. A importância deles na minha vida é gigante.
4. “Milagre dos Peixes”, seu disco gravado em 1973, foi quase todo censurado. E, àquela época, você estava com sua produção em completa ebulição. Como foi compôr e cantar durante o período da ditadura militar?
Foi um período extremamente complicado, e a gente tinha que continuar. E a música era a única forma que a gente tinha pra fazer isso.
5. Em tantas décadas de carreira, dezenas de canções suas ocuparam os primeiros lugares das rádios e dos festivais música. Uma delas, ‘coração de estudante’, acabou servindo como ‘hino’ para a campanha “Diretas Já”, um importante movimento político que clamava pela redemocratização no Brasil. Como você recebeu essa informação naquele momento? Teve medo dos censores? E que sentido isso teve pra você?
Na verdade não teve muito isso de me avisarem. Porque a música simplesmente aconteceu, as pessoas passaram a cantar em todos os lugares. Foi um momento importante da nossa história. Quando eu fiz a letra para o Wagner Tiso a gente jamais imaginou que tudo isso que aconteceria. E como a ditadura já estava saindo de cena, a censura não conseguiu proibir.
6. Sua nova turnê, que está rodando o Brasil, está reunindo canções dos discos Clube da Esquina 1 e 2, lançados, respectivamente, em 1972 e 1978. Por que você resolveu homenagear esses dois álbuns?
Como eu nunca havia cantado músicas dos dois Clubes em nenhum show, eu achei que era hora de dedicar um projeto inteiro nesse sentido.
7. E sobre o repertório, além, claro, das músicas mais famosas desses dois trabalhos, o que mais o público vai ouvir durante o espetáculo?
Aí vai ser surpresa, depende da energia de cada show. Mas as músicas do Clube estarão lá!
8. Vamos falar agora em empatia… Você é filho adotivo, tem irmãos adotivos e, depois, tornou-se pai porque optou pela adoção. Em algum momento da sua vida você achou que poderia haver alguma diferença entre o filho adotivo e o filho de sangue? E como é a sua relação com o Augusto Nascimento, seu filho de coração?
O mesmo amor que meus pais adotivos me dedicaram, é o amor que eu dedico hoje ao meu filho.
9. Em tempos conturbados na política brasileira, como você vê esse movimento do Ministério da Cidadania, ao qual a área da cultura passou a estar vinculada após a extinção do Ministério da Cultura, de censurar produções artísticas? O país está retrocedendo?
As coisas estão muito esquisitas.
10. E, para finalizarmos, há 6 anos o Mílton não aparecia por aqui, nas Alagoas. O que os seus fãs podem esperar da apresentação do próximo dia 22?
Sabe que um dos meus lugares preferidos pra fazer show é Maceió, né? Eu tenho uma relação muito próxima com Alagoas. E esse reencontro vai ser um dos momentos mais felizes dessa turnê.
SERVIÇO
Show: MILTON NASCIMENTO – CLUBE DA ESQUINA
Local: Space Shopping (estacionamento do Maceió Shopping)
Data: 22 de novembro
Abertura da casa: 21h
Pontos de venda:
Erva Doce Doce Erva – Rua Mário de Gusmão – Ponta Verde
Cantão – Av. Dr. Antônio Gomes de Barros, 836 – Loja 1 – Jatiúca (antiga Av. Amélia Rosa)
Acesso Vip – Parque Shopping- térreo
Acesso Vip – Unicompra Farol
Ingressos
Pista: R$ 80,00 (meia) e R$ 160,00 (inteira)
Cadeiras: R$ 110,00 (meia) e R$ 220,00 (inteira)
Camarote: R$ 200,00
01 (um) lugar à mesa: R$ 350,00 (all inclusive)
Mesa para 4 pessoas: R$ 1.400,00 (all inclusive)01 (um)
Pagam meia-entrada: professores, estudantes, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência, psicólogos e jornalistas.
Forma de pagamento: em dinheiro, débito, rotativo e parcelado em até 2x.
Para mais informações:
Tels:(82) 3235-5301
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