Serpente de Brennand furtada no Recife foi vendida como sucata a empresa de Alagoas

Para delegado, empresa alagoana não tinha como saber que carga incluía a obra de arte

Diário do poder

Serpente de Brennand furtada no Recife foi vendida como sucata a empresa de Alagoas

Vendida como sucata para uma empresa da Região Metropolitana de Maceió, inclusive com nota fiscal. Este foi o destino final da serpente de bronze do artista Francisco Brennand, que foi furtada do Parque das Esculturas, no Centro do Recife-PE, no dia 4 de dezembro de 2020.

O delegado Felipe Monteiro, da Polícia Civil de Pernambuco, contou ao jornalista Herbert Borges, da Gazetaweb, que o material foi vendido a uma empresa alagoana, que fica situada na região do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, junto de uma grande carga do mesmo material.

Monteiro contou que veio até Alagoas para fazer diligências e concluiu que a empresa alagoana não tinha como saber que naquela carga havia peças da obra furtada. Segundo ele, o material já chegou em pedaços pequenos. O delegado não soube informar se a peça foi derretida na empresa ou passada adiante.

O inquérito que apura o caso foi encerrado e o resultado apresentado nessa segunda-feira (15). A Polícia Civil indiciou dez pessoas pelo envolvimento no crime. Entre os indiciados, estão responsáveis diretos pelo furto e receptadores das obras de arte. Em fevereiro deste ano, cinco homens foram presos pelo crime. A operação foi intitulada de Serpente Marinha, em referência a uma das obras furtadas.

“Ficou comprovado o envolvimento de cinco maiores de idade e de três adolescentes. Já representamos pela prisão cautelar dos adultos. Também concluímos que houve a participação de dez pessoas em toda a empreitada criminosa”, afirmou o delegado.

Cinco presos

Monteiro explicou que os cinco adultos foram presos por furto qualificado e associação criminosa. Também houve a participação de três adolescentes, que praticaram infrações “análogas a esses crimes”.

“Também conseguimos comprovar a participação de responsáveis por dois estabelecimentos comerciais que compraram os produtos do furto. Os proprietários foram responsabilizados por receptação qualificada. Eles são do Recife e de Paulista”, acrescentou o delegado.

O delegado informou que os homens indiciados usaram pequenos barcos para pegar as obras e levar até a margem do Rio Capibaribe. Depois, eles colocaram em carros para entregar aos estabelecimentos comerciais. “A gente não tem certeza se os donos dos estabelecimentos sabiam exatamente que eram obras de arte. Mas eles têm que entender a legislação e saber que não podem comprar material dessa maneira. Foi demonstrada a prática criminosa”, afirmou.

Felipe Monteiro afirmou que a polícia não conseguiu recuperar as obras roubadas do Parque das Esculturas. Ainda de acordo com o delegado, essas peças passaram por várias etapas até serem derretidas. Depois de fracionadas, elas foram vendidas em diversos municípios no Grande Recife e até em outros estados. Segundo ele, primeiro as obras passaram por um estabelecimento comercial menor, no Recife, e depois para uma empresa maior, em Paulista, que revendeu para a empresa de Alagoas. (Com reportagem de Herbert Borges, da Gazetaweb)

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