Alagoas volta a registrar sinais de descontrole da Covid, alerta Observatório da Ufal
A ocupação de leitos de UTI segue em estabilização [alta], com uma média de 323 leitos ocupados nas últimas quatro semanas, que corresponde a uma taxa de ocupação média de 87%.
Coordenador do Observatório, Gabriel Bádue. Foto: Ascom Ufal
Se na última semana havia evidências de que o número de casos e óbitos por Covid estavam reduzindo em Alagoas, a nova atualização do Observatório Alagoano de Políticas Públicas Para o Enfrentamento da Covid-19, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), não é das mais otimistas. Conforme relatório obtido pelo TNH1 nesta segunda-feira (19), após um período de desaceleração da transmissão do novo coronavírus, Alagoas voltou a registrar sinais de descontrole da transmissão.
De acordo com o coordenador do Observatório, Gabriel Bádue, na 15ª Semana Epidemiológica (SE) de 2021, isto é, entre sábado (10) e ontem (18), foi observado o aumento de novos casos, óbitos e casos suspeitos, além da manutenção da alta taxa de ocupação hospitalar, que no caso dos leitos de UTI continua próxima à 90%.
Para o coordenador do Observatório, a 15ª SE mostra um retrocesso e preocupa. “A situação é grave. A ocupação de UTI só não ultrapassa 90% porque União dos Palmares é uma exceção”, frisou.
O relatório mostra ainda que os óbitos continuam concentrados na capital, onde foram notificadas cerca de 55% das mortes registradas no período. Maceió e os municípios da Região Metropolitana (1ª RS) foram as localidades com maior taxa de óbitos na 15ª SE, seguidas por Arapiraca. As três registraram nesse período, respectivamente, 8,8, 6,6 e 5,6 mortes para cada 100 mil habitantes.
“A gente não consegue identificar causas. Os indicadores expressam que está ocorrendo um aumento na transmissão. Hipoteticamente, é factível acreditar que isso se dá pela ineficiência das atuais medidas de controle, já que aparentemente o fluxo de pessoas ainda é alto e percebe-se que ainda há um grande número de pessoas que não cumprem medidas básicas como o uso de máscaras”, explicou Bádue sobre o retrocesso.
Indicadores demonstram a gravidade da atual situação, diz Observatório
Para o Observatório, a tendência de alta de casos e óbitos, e a elevada ocupação hospitalar são evidências do atual cenário de descontrole da transmissão do novo Coronavírus, “que não sendo revertido poderá causar o esgotamento do sistema de saúde que já apresenta indícios de saturação em algumas localidades”.
“É imprescindível a aceleração da campanha de vacinação acompanhada da adoção das medidas de mitigação e supressão que têm como objetivo reduzir a circulação de pessoas com o objetivo de controlar a transmissão do novo Coronavírus”, traz o documento.
Ocupação de leitos segue em alta
A ocupação de leitos de UTI segue em estabilização [alta], com uma média de 323 leitos ocupados nas últimas quatro semanas, que corresponde a uma taxa de ocupação média de 87%.
“Dos nove municípios que possuem leitos de UTI, sete apresentaram ocupação superior a 80% [ limite recomendado pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste (C4NE) para adoção de lockdown ]”, disse Bádue.
Entre os municípios, Palmeira dos Índios e Penedo estavam com 100% de leitos ocupados, e Maceió e Arapiraca, que centralizam mais de 76% de todos os leitos de UTI do estado, estavam com 88% e 89% de ocupação, respectivamente.
Casos em investigação voltam a subir
Após quatro semanas seguidas de redução, o número de casos suspeitos, ou seja, em investigação laboral voltou a subir na 15ª SE, alcançando 11 mil no boletim epidemiológico do último sábado (17), correspondendo a um incremento de 16% em relação à semana anterior.