Risada garantida: comédia com Mariana Xavier será atração do teatro Deodoro, neste final de semana

Num bate-papo pra lá de divertido, atriz contou como o novo espetáculo tem ajudado as pessoas a refletirem sobre problemas do cotidiano, como solidão e uso das redes sociais. Ela também falou sobre a "quebra de padrões de beleza", temática de suas principais personagens.

Janaina Ribeiro - Repórter

Risada garantida: comédia com Mariana Xavier será atração do teatro Deodoro, neste final de semana

Ela é carioca da gema e, desde os 9 anos, decidiu que era na arte que iria ser feliz. Teve até um curso de Publicidade e Propaganda no meio do caminho, mas, o talento para a interpretação e, de quebra, para nos fazer dar boas gargalhadas, falou mais alto. Ainda bem! Em apresentação marcada para os dias 9 e 10 de julho, no teatro Deodoro, Mariana Xavier – a eterna Marcelina, de Minha Mãe é uma Peça – vai garantir aos alagoanos uma noite de muitas risadas com a peça Antes do Ano Que Vem.

O espetáculo é uma divertida comédia que mostra a vida sob o olhar de Dizuite, a hilária faxineira da Central de Apoio aos Desesperados (CAD), uma espécie de CVV (Centro de Valorização da Vida). E é na noite de réveillon que toda a história se passa, já que a psicóloga escalada para atender as ligações simplesmente não aparece para trabalhar, restando à Dizuite a missão de aconselhar aquelas pessoas sobre problemas do cotidiano, como solidão, empatia, solidariedade e, claro, o assunto da vez: o suposto mundo da felicidade imposto pela vida nas redes virtuais.

O Maceió40Graus conversou com Mariana sobre a peça, sobre seus personagens mais famosos, a exemplo da Marcelina, papel de sucesso que ela interpretou ao lado do saudoso Paulo Gustavo, e a expectativa para a apresentação para o público e fãs alagoanos. Confira, abaixo, como foi esse bate-papo:

1. Seu envolvimento com a arte começou ainda muito cedo, quando você tinha 9 anos. Na adolescência, chegou a fazer alguns espetáculos de teatro, mas, depois, resolveu cursar Publicidade e Propaganda. Em algum momento você teve dúvida sobre o que queria fazer profissionalmente? Ou a procura pela graduação em comunicação foi mais por receio do ramo do entretenimento não dar certo?

Eu sempre soube realmente o que queria fazer, desde os 9 anos. Então, considero isso um grande privilégio. No entanto, como fui muito desestimulada e as pessoas ao meu redor me diziam que era difícil viver de arte, fiquei pensando, dentro da área de humanas, quais as opções poderiam dar certo, e foi quando surgiu a ideia da Publicidade e Propaganda. Mas, ao longo do curso, apareceram algumas dificuldades, como a falta constante de professores, foi aí que resolvi parar e seguir o meu coração, que sempre me disse que eu seria feliz levando entretenimento para as pessoas.

2. Você faz teatro, TV e cinema. Dá pra ter preferência por algum ramo? Ou a arte é uma só, independentemente de como ela aconteça?

Eu não tenho preferência, sou apaixonada por todas as vertentes da minha profissão. Cada veículo tem as suas particulares e seus pontos fortes e fracos. O que sei é que amo emprestar minha voz e meu corpo para contar histórias, mas, confesso que, como venho do teatro, e ele nos permite esse contato direto com o público, é ao vivo, tem uma emoção mais especial em fazê-lo.

3. A personagem Marcelina, de Minha mãe é uma peça, te projetou ainda mais no mundo do entretenimento. Como se deu o convite para essa interpretação?

Fui fazer o teste sem muita expectativa, até porque eu sabia que a produção estava querendo uma menina de 18 anos. Além disso, estava passando por uma fase pessoal delicada. Inclusive, quando procurei o Paulo Gustavo para me apresentar, já que tinha sido indicada por uma amiga em comum e que estava trabalhando na produção, ele me disse que queria uma pessoa mais gorda. Eu realmente achava que não daria certo, é tanto que só recebi um retorno seis meses depois. Fiquei muito feliz em ter sido escolhida e, para o resto da minha vida, serei grata ao Paulo por isso. A Marcelina, até hoje, é uma explosão.

4. A propósito, estamos falando sobre um filme de comédia. É mais desafiador fazer o público sorrir?

Sim, eu acho que é mais difícil. Na verdade, se o povo for olhar para a situação do nosso país, para a inflação, para a violência, vai ser fácil chorar. Já para sorrir, temos que ter um motivo que realmente nos traga alegria. E a pessoa não aprende a fazer comédia, acho que ela é um dom que a gente, com o tempo, aperfeiçoa.

5. A canção Jenifer, do saudoso Gabriel Diniz, e as personagens Claudete, de I Love Paraisópolis, e Biga, de A Força do Querer, quebraram aquele padrão de beleza que normalmente está vinculado a mulheres magras demais, e você, por meio desses trabalhos, mudou paradigmas. Como você encarou isso tudo?

Eu fico muito feliz em saber que a minha figura se tornou uma referência de autoestima e, para além disso, um estímulo para que as mulheres assumam as suas características. Cada uma de nós é única e especial. Podemos ser felizes com os nossos corpos, nossos cabelos e não precisamos suprir as expectativas de ninguém com relação ao que somos. Digo e repito sempre: a vida não pode ser desperdiçada enquanto se busca o suposto corpo perfeito e que nunca chega. Quero continuar dando esse exemplo, seja na TV, no teatro, no cinema, de modo que eu possa propagar essa mensagem de que todos precisam ter a sua existência respeitada.

6. Na comédia “Antes do Ano Que Vem”, você interpreta a hilária faxineira Dizuite que, de forma bastante otimista, dá conselhos sobre temas como solidão, empatia, solidariedade e, o assunto da vez: o suposto mundo da felicidade imposta pela vida nas redes virtuais. Como está sendo essa experiência?

Fazer essa peça está sendo muito melhor do que eu esperava. Nem nos meus melhores sonhos, imaginei esse resultado. Quando pedi o texto ao Gustavo Pinheiro, há uns cinco anos, expliquei que queria uma comédia que pudesse ir além do riso. Eu queria algo que pudesse também despertar a reflexão das pessoas, que elas se emocionassem e saíssem do teatro com mais esperança de encarar o mundo. Tem sido lindo e estimulante.

7. Faz tempo que não vem em Alagoas, né? Saudade dos fãs? Que tal um recadinho para eles?

Eu só estive em Alagoas uma vez, foi no réveillon de 2016. Fui muito bem recebida e fiquei encantada com as pessoas, com esse mar incrível e com a forma como fui recebida. Espero poder aproveitar o estado um pouco mais dessa vez. Sobre a peça, será a minha vez com o teatro, então, meu desejo é para que tenhamos um encontro inesquecível. Também lembro que estaremos com o ingresso solidário, arrecadando alimentos. Desejo que eles consigam ajudar algumas famílias que estão passando por um momento tão difícil por causa dos prejuízos causados pelas chuvas.

SERVIÇO

Antes do Ano Que Vem, com Mariana Xavier
Local: Teatro Deodoro – Praça Marechal Deodoro, Centro – Maceió / Alagoas
Dia: 09 /07 às 19h e 21h

10 /07 às 18h

Direção de Ana Paula Bouzas e Lázaro Ramos

Duração: 60 minutos

Classificação: 12 anos

Capacidade: 650 lugares

Gênero: Comédia

Ingressos: Plateia, frisa e camarote: R$ 40,00 (meia) e R$ 80,00 (inteira)
Balcão: R$ 25,00 meia) e R$ 50,00 (inteira
Ponto de Vendas: 
Petit Paris (Av. Dr. Antônio Gomes de Barros, 215 – Jatiúca, antiga Amélia Rosa
Vendas on line: www.ingressodigital.com
Link de vendas: https://bit.ly/3PpS6Oi

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