Teatro para Quem Não Gosta: espetáculo vencedor na categoria de melhor comédia estará em Maceió dias 12 e 13
Atores Marcelo Médici e Ricardo Rathsam encaram 32 personagens ao longo da apresentação.
Janaina Ribeiro
Fotos: Jairo Goldflus
A garantia de boas risadas tem data marcada em Maceió: no próximo final de semana, dias 12 e 13 deste mês, a comédia “Teatro para quem gosta” promete surpreender o público contando a história do surgimento do teatro.
Encenado por Marcelo Médici e Ricardo Rathsam, que já possuem histórico com o humor brasileiro, o espetáculo pretende levar, além, claro, de muita diversão à plateia, uma reflexão sobre o surgimento desse gênero que, ao longo do tempo, sempre consegue se manter mais vivo do que nunca.
Partindo da questão “o teatro está morto?”, a dupla de atores consegue (acreditem!), desdobra-se em 32 personagens para traçar um panorama dessa arte, desde os tempos da antiguidade até a atualidade vivenciada agora em 2022. E tudo isso usando adaptações, pra lá de criativas, de clássicos como Édipo Rei e Romeu e Julieta.
O Maceió40Graus bateu um papo com Marcelo Médici, que nos contou um pouco sobre como foi o processo de criação da peça, os prêmios recebidos pela comédia “Teatro para quem gosta” e a expectativa para o encontro com o público alagoano. Confira como foi!
Você definiu o “Teatro para quem não gosta” como “uma declaração de amor ao teatro”. Por que o espetáculo é uma declaração a esse gênero artístico?
Eu e Ricardo Rathsam, que escreveu o texto comigo, acreditamos que qualquer espetáculo montado é uma declaração de amor ao teatro, mas, neste caso, resolvemos falar mais diretamente sobre isso. A beleza do teatro está no fato de que ele é, de certa forma, efêmero. Por mais que existam registros de imagens, livros ou filmagens, nunca será igual. O teatro se perpetua e permanece vivo, justamente porque é ao vivo.
2. A peça conta a história do teatro, certo? E você comentou que a ideia surgiu após ouvir um comentário do saudoso Jô Soares. O que os levou a abordar essa narrativa? Por que a escolha desse tema?
Sim, mas existe uma pequena curva nessa história. Num programa, Jô Soares comentou que o grande ator e comediante italiano Vittorio Gassman fez um espetáculo solo em que interpretava trechos de grandes personagens do teatro, e eu pensei que poderia fazer um espetáculo, assim, mas com dois atores, e dividi a ideia com Ricardo Rathsam, que é diretor e co-autor do meu solo Cada Um Com Seus Pobrema. É muito divertido poder fazer, numa mesma peça, Romeu de Shakespeare e a Pequena Sereia, por exemplo.
3. Há entrevistas anteriores suas comentando sobre o afetamento da bilheteria do teatro em razão da crise econômica pela qual passa Brasil. Você acredita que o teatro pode perder espaço para outras formas de alternativas de se fazer arte? Pergunto-te isso porque, creio eu, o teatro ainda tem uma força tão grande com o público…
Não é só a crise financeira… Existe uma questão maior aí, que é a questão política, e também uma tendência de facilitar montagens. Há muitos espetáculos com um único ator, sem cenário, sem figurinos, sem trilha sonora, sem quase nada. Eu mesmo fiz um espetáculo solo e, às vezes, o público dá preferência em assistir o artista que está com uma maior exposição na mídia ou bombando nas redes sociais. Só que, evidentemente, acredito no teatro, que é muito frágil, mas já superou a invenção do rádio, do cinema, da TV, da TV em cores, da TV a cabo e, agora, da internet. Ele já sobreviveu também a outras crises políticas, econômicas, pandemias, guerras. O teatro sempre sobrevive.
4. A peça recebeu, na categoria melhor comédia do ano, o Prêmio do Humor, além de ter sido indicada, também como melhor comédia, ao Prêmio Risadaria. A que vocês atribuem todo esse reconhecimento?
Ricardo Rathsam também foi indicado como melhor performance em humor pelo espetáculo, e claro, ficamos muito felizes e realmente surpresos porque estreamos de forma despretensiosa, apresentando-nos apenas uma vez por semana, às quintas-feiras. Mas, repare que fomos indicados e vencemos prêmios criados para contemplar espetáculos e atuações de comédia, o que nas premiações de teatro tradicionais, raramente ganha! E esse preconceito é histórico e mundial, mas comédia também sobrevive, porque claro que prêmios sempre são bem-vindos, no entanto, o maior prêmio pra quem faz teatro é plateia cheia!
5. Primeira vez do espetáculo na capital alagoana… Vamos fazer um convite ao público? E o que ele pode esperar da peça?
O público pode esperar humor! Contamos um pouco da história dessa arte que se confunde com a história da humanidade, mas nosso objetivo sempre foi a comédia. É que a comédia tem um poder de fogo muito grande… O humor pode criticar, provocar, levantar discussões, fazer pensar.
Estamos muito felizes de chegar a Maceió com uma peça que nos orgulhamos tanto.
SERVIÇO:
Teatro para Quem Não Gosta
Local: Teatro Deodoro – Praça Marechal Deodoro, Centro
Dias: 12 e 13 de agosto, às 20h
Valores:
Plateia: R$ 45,00 (meia) e R$ 90,00 (inteira)
Frisa e camarote: R$ 35,00 (meia) e R$ 70,00 (inteira)
Balcão: R$ 25,00 (meia) e R$ 50,00 (inteira)
Vendas: Petit Paris (Av. Dr. Antônio Gomes de Barros, 215 – Jatiúca, antiga Amélia Rosa)
Link de vendas: https://bit.ly/3PzUhys
Vendas on line: www.ingressodigital.com
Informações: (82) 99966-0263
OBS: Tem direito a meia-entrada: estudantes, professores, maiores de 60 e pessoas com deficiência. Apresentação de documento na entrada do teatro.