Inadimplência do maceioense é a menor desde outubro de 2015
Conforme pesquisa da Fecomércio, dos 61,8% dos endividados, apenas 15,4% não terão como honrar suas dívidas.
De junho a setembro deste ano, os indicadores relacionados ao endividamento das famílias de Maceió apontam para a retomada de crescimento. Já o nível de inadimplência é o menor desde outubro de 2015.
Segundo a pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de Maceió (PEIC), realizada pelo
Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), em parceria
com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),
a qual aponta que 61,8% dos maceioenses estão endividados.
De acordo com o levantamento feito em outubro, em Maceió, 38,2% dos
consumidores não possuem nenhuma dívida financeira (cartão de crédito,
financiamento, empréstimos e carnês), ao passo que 61,8% possuem dívidas, o que
aponta uma leve redução do endividamento dos consumidores da capital em 1,43%,
quando comparado com o mês anterior.
Dos 61,8% que estão endividados, 14,6% pagam as contas em dia, enquanto,
31,8% pagam as dívidas, mas com um atraso.
E 15,4% estão
inadimplentes e não conseguem mais efetuar o pagamento. Do total de 15,4%, apenas
36,6% pagarão parcialmente, arrolando a dívida com juros, criando um efeito “bola de
neve”. O tempo médio das famílias com contas em atraso é de 62,5 dias e a média de
prazo dos consumidores ao se comprometer em dívidas corresponde a 4,5 meses.
“Disso, o comprometimento da renda em dívidas com cartão, carnês, financiamentos em
geral é de 28% de suas rendas”, explicou o assessor econômico da Fecomércio, Felippe
Rocha.
Em Maceió, o nível de inadimplência é o menor desde outubro de 2015, quando
a inadimplência chegou em 15,7%. Em comparação com setembro passado, houve uma
redução de 9,41%; fato extremamente positivo, pois reflete que a recuperação dos
postos de trabalho no segundo semestre permite que os consumidores paguem suas
dívidas e liberem crédito e renda para o consumo de final de ano.
Conforme Felippe, a redução da inadimplência é cíclica na atividade econômica
alagoana e bastante positiva. “Há convergência de diversas situações, como a melhora
dos empregos na capital, que gerou em setembro mais de 1500 empregos, do retorno da
produção sucroalcooleira do período, estimula a melhora do quadro geral da
inadimplência da região, criando condições para vendas melhores no final do ano”,
ressaltou.
A pesquisa aponta ainda que dos 61,8% entrevistados que possuem dívidas,
28,1% indicaram estar muito endividados. Já 11,5% e 22,1% indicaram estar mais ou
menos ou pouco endividados, respectivamente. Para 90,5% dos entrevistados, o cartão
de crédito é o principal motivo das dívidas. Seguido pelo uso dos carnês de loja (8,9%),
e o crédito pessoal (4,2%).
A contração de dívidas por faixa de renda aponta que para quem recebe até 10
salários mínimos, o uso do cartão representa 91,6% das dívidas. Seguido de carnês de
loja (8,6%) e o crédito pessoal (4,5%). Para quem recebe mais de 10 salários mínimos, o
uso do cartão de crédito representa 73,7% dos motivos pela contração de dívidas e o
financiamento de carros (e não o uso de carnês de loja) 18,4%, seguido pelos carnês de
loja com 13,2%.
A pesquisa tenta entender a situação familiar ao constatar que 51,4% dos
entrevistados possuem algum parente em casa que está com dívidas em atraso.