Bioinseticida eficaz contra Aedes aegypti é apresentado em congresso em Maceió

A Embrapa apresenta no Congresso Brasileiro de Entomologia (XXVI CBE) e Congresso Latino-americano de Entomologia (IX CLE), que acontecem a partir desta segunda (14) até a próxima quinta (17), no Centro de Convenções, em Maceió, a nova geração de um bioinseticida capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti – transmissor de dengue, febre Chikungunya e Zika – […]

Bioinseticida eficaz contra Aedes aegypti é apresentado em congresso em Maceió

A Embrapa apresenta no Congresso Brasileiro de Entomologia (XXVI CBE) e Congresso Latino-americano de Entomologia (IX CLE), que acontecem a partir desta segunda (14) até a próxima quinta (17), no Centro de Convenções, em Maceió, a nova geração de um bioinseticida capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti – transmissor de dengue, febre Chikungunya e Zika – sem prejudicar a saúde das pessoas e dos animais domésticos.
 
Rose Monnerat, pesquisadora na área de Controle Biológico da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do bioinseticida Inova-Bti em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodão (IMA), participa, na manhã da segunda-feira (14), da mesa-redonda sobre insetos vetores de doenças.
 
A pesquisadora falará sobre as pesquisas que geraram o bioinseticida, que causa a morte apenas das larvas e não do mosquito adulto, e não é tóxico a pessoas nem a animais domésticos. Além disso, é de fácil aplicação e pode ser manuseado pela própria população. O Inova-Bti é um líquido que pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule água ou tenha potencial para ser um criadouro do Aedes aegypti.
 
Participam do debate, também, pesquisadores da Fiocruz, USP, Universidade Comunitária da Região de Chapecó e Oxitec do Brasil. A sessão acontece a partir das 10 horas na sala Jatiúca, no Centro de Convenções Ruth Cardoso.
 
 
Eficácia
Todos os testes laboratoriais e de eficácia já foram concluídos pela Embrapa. Mas, antes de ser comercializado, o produto precisa ser registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
 
Este é o segundo inseticida biológico desenvolvido pela Embrapa com o objetivo de combater as larvas do mosquito. Desde 2005 está no mercado o Bt-horus – feito em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia -, mas que não é produzido em larga escala no país.
 
Monnerat explica que os dois larvicidas são biológicos, não afetam o meio-ambiente, nem colocam em risco a saúde humana. Porém, o novo produto, Inova-Bti, foi formulado com adjuvantes modernos de alta eficiência.
 
“A formulação é um pouco diferente do primeiro bioinseticida, mas ambos têm os mesmos princípios e são excelentes produtos”, ressalta Monnerat. “Os testes toxicológicos do Inova-Bti estão em fase final e então submeteremos o dossiê com toda a documentação à Anvisa”.
 
Em fevereiro, a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defendeu o uso de inseticidas biológicos no controle do Aedes aegypti e reforçou ações de combate ao vírus da Zika.
 
Produção
O Bt-horus já foi utilizado nas cidades de Três Lagoas (MS), São Sebastião (DF), Rio das Ostras (RJ) e Sorriso (MT), sempre com resultados positivos. Inseticidas à base da bactéria Bacillus thuringiensis israelenses (Bti) são utilizados há décadas em países como Estados Unidos.
 
De acordo com a pesquisadora, o Instituto Matogrossense do Algodão tem capacidade para produzir 1.600 litros de Inova-Bti por semana, tão logo seja concedido o registro. A recomendação é que cada família utilize um frasco de 30 ml. Por isso estima-se que cerca de 53 mil residências possam ser atendidas por semana. Monnerat prevê que, com a crescente demanda pelo bioinseticida, há possiblidade de a produção ser duplicada em curto espaço de tempo.
 

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