Após ser velado na Capela do Aldebaran durante toda a manhã, o corpo seguiu para o Campo Santo Parque das Flores, no Tabuleiro. Durante a marcha fúnebre houve três salvas de tiros, seguidas pela música de Chopin.
A imprensa não pôde se aproximar do local do sepultamento, reservado apenas para amigos e familiares, e teve que acompanhar de longe o rito fúnebre. No momento em que o corpo era sepultado, houve outra salva de tiros, dessa vez de canhões. Foram 15 disparos, um a cada 30 segundos.
O corpo chegou a Maceió nesta madrugada, por volta das 2h30. A viúva do general e dois filhos vieram de Miami para o sepultamento, além da representante especial do secretário-geral da ONU, Sandra Honoré, e do general do exército chileno George Penha, subcomandante do Jaborandy.
“O Exército sente muito a perda do general que dedicou a vida à carreira militar e exerceu várias funções importantes. Ele foi o 10º brasileiro a comandar a Minustah [uma força internacional criada para devolver a paz ao Haiti]”, destacou o tenente-coronel Hélder, da comunicação do Exército.
Muitos colegas de farda prestam as últimas homenagens ao general. O coronel Albérico Juarez de Oliveira foi da turma de Jaborandy em 1979. “Fomos dos Agulhaa Negras e depois encontrei com ele em outros cursos. O general era um homem muito querido e admirado como pessoa e profissional. É uma perda muito grande para o Exército”, lamentou.
O general Jaborandy viajava para Manaus para conhecer sua neta, nascida há alguns meses, quando sofreu um infarto fulminante. A aeronave onde ele se encontrava retornou para os EUA e o traslado do corpo com destino ao Brasil ocorreu após a liberação das Organizações das Nações Unidas (ONU).
“Em pouco tempo que decolou ele passou mal. Um capitão que estava no voo tentou reanimá-lo, mas ele acabou falecendo de mal súbito. O avião voltou para Miami” contou o tenente-coronel Hélder.
Carreira
Jaborandy era natural de Fortaleza, no Ceará, mas a família era de Alagoas. Ele foi chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia e também comandou o Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), em Manaus.
O general ingressou no Exército Brasileiro em 1976 e se formou pela Escola de Comando e Estado-Maior do Brasil e pelo Instituto de Estudos Superiores Militares de Portugal.
Ele também serviu como assessor parlamentar do Gabinete do Comandante do Exército. Além de ter sido observador militar do Grupo de Observação das Nações Unidas na América Central (Onuca), em 1991, e da Missão de Observação das Nações Unidas em El Salvador (Onusal), em 1992.