Estudantes da Ufal passam fome com corte de bolsas
Bolsistas participarão de ato unificado em defesa da educação pública e irão exigir pagamento imediato das bolsas
Centenas de estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) estão passando por diversas privações em função do corte de bolsas, cujo objetivo é dar assistência aos estudantes em situação de vulnerabilidade social. Além da falta de alimentos básicos, muitos correm o risco de serem despejados das residências onde moram por falta de pagamento do aluguel.
Segundo o bolsista e membro do movimento Resistência Popular, Jhon Napoleão, há uma parcela dos discentes que vivem com os pais e têm como se manter, porém, “há centenas de outros estudantes que têm a bolsa como única fonte de renda”, relata.
“Por uma questão de privacidade e medo de sofrer retaliações por parte da reitoria, como a perda definitiva da bolsa, não vamos citar nomes, mas ouvi relatos de colegas que estão indo às igrejas e pedindo comida a padres e pastores”, lamenta Jhon Napoleão.
A fim de amenizar as dificuldades, os bolsistas estão realizando pedágios, pedindo contribuição financeira a professores e técnicos da Ufal e fazendo arrecadação de alimentos. As pessoas que desejarem ajudar, podem deixar sua contribuição nos espaços das assembleias dos técnicos e docentes, realizadas semanalmente a partir das 9h, no auditório da reitoria e do Centro de Interesse Comunitário (por trás do Banco do Brasil), respectivamente. Os auditórios ficam localizados no campus A. C. Simões, no Tabuleiro dos Martins.
Jhon Napoleão frisa que o não repasse das bolsas não é só um problema estrutural, mas também um desleixo por parte da atual gestão. Segundo ele, o reitor se comprometeu oficialmente em pagar todas as bolsas, “porém muitos ainda estão há dois meses sem receber, o que corresponde à falta de R$ 800,00 para custear suas despesas”, diz Jhon.
A estudante de química, Jéssica Bernardo, explica que a situação vivida pela Ufal é um assunto que diz respeito às prioridades da gestão. De acordo com ela, muitas universidades tiveram cortes de verba, porém as bolsas estudantis estão sendo pagas normalmente.
Protesto
Na próxima segunda-feira (03/08), às 14h, em frente ao Hotel Jatiúca, no posto sete, os bolsistas se unirão a estudantes de vários campi, professores e técnicos da Ufal, do Ifal e da rede estadual de ensino, em um ato unificado em defesa da educação pública e contra o corte de 10 bilhões anunciados pelo governo para a educação. Na ocasião, estará ocorrendo uma reunião ordinária itinerante do Conselho Nacional de Educação (CNE), que deve contar com a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, além de outras autoridades locais e nacionais.