Pai de Guilherme chama ex-gerente de invejoso e fala sobre desvios
Eutímio Brandão foi ouvido durante audiência de instrução do caso nesta manhã
Durante a audiência de instrução do caso Guilherme Brandão, proprietário da casa de shows Maikai, na manhã desta sexta-feira (08) o pai da vítima, Eutímio Brandão, fez duras acusações ao ex-gerente e réu confesso do assassinato, Marcelo Carnaúba. Entre as declarações, o patriarca da família apontou o então funcionário como invejoso e que desconfiava de irregularidades na empresa.
De acordo com o pai de Guilherme, o réu confesso, Marcelo Carnaúba era de total confiança da família e por conta disso, tinha liberdade para cuidar de tudo no estabelecimento. “Ele era de confiança, era quase da família. Acho que diante dessa liberdade, cometeu erros. Eu desconfiava e por várias vezes alertei o Guilherme”, afirmou.
O pai do empresário assassinado ainda apontou o ex-gerente como invejoso por ele cobiçar os bens adquirido pelo filho. “Ele sempre ficava de olho em tudo. Durante um aniversário do Guilherme em sua casa nova, ele disse que tudo aquilo deveria ser dele. Isso mostra como andava a sua cabeça”, lembrou.
Durante a audiência de instrução, o depoimento do pai da vítima foi feito com a presença de Marcelo Carnaúba, que estava cercado de membros da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap).
Com o réu já tendo confessado o crime, a defesa, liderada pelo advogado criminalista Raimundo Palmeira, irá trabalhar na tese de que não houve desvio de verbas na empresa no período em que Marcelo esteve administrando o local. Como prova disso, a defesa teria inclusive, extratos das contas do ex-gerente, que receberia valores altos apenas, para pagamentos de empréstimos da empresa, feitos em seu nome.
A morte de Guilherme Brandão
O empresário Guilherme Brandão foi assassinado dentro do seu bar e restaurante Maikai, situado no Stella Maris. A primeira versão para o crime foi de que o empresário teria reagido a um assalto praticado por dois homens, que conseguiram levar da vítima uma quantia de R$ 2 mil. Na mesma noite, o empresário foi sepultado. Sob muita comoção e sentimento de revolta, familiares e amigos puderam dar o último adeus a Guilherme Brandão.
Dois dias após o crime, a Polícia Civil de Alagoas derrubou a versão de assalto seguido de morte e chegou ao assassino do empresário, o gerente do bar Marcelo Santos Carnaúba. A prisão foi resultado da ação conjunta entre o Grupo Estadual de Combate as Organizações Criminosas (Gecoc), com apoio das Polícias Militar e Civil.
A prisão de Marcelo levou à elucidação do caso. Segundo as investigações, depoimentos de funcionários do estabelecimento, assim como as imagens das câmeras de segurança do Maikai – que não registraram imagens dos assassinos – levou à prisão do gerente, que confessou o crime e alegou arrependimento.
Em depoimento, Marcelo Carnaúba disse que Guilherme Brandão teria descoberto um esquema de desvio de verba comandado por ele na casa de eventos. No dia do ocorrido, o empresário chamou o gerente para uma conversa. O acusado admitiu que comprou uma arma, mas não informou a data da compra. A polícia acredita em premeditação.
O gerente afirmou, ainda, que inventou a versão em que Guilherme teria sido vítima de latrocínio e que as descrições, dadas à polícia, dos supostos assaltantes foram falsas. Ele segue detido no Baldomero Cavalcanti.