“Heroína da Pátria”: projeto no Congresso quer alagoana ao lado de Deodoro e Zumbi
Nos próximos dias, a Câmara dos Deputados pode aprovar um projeto de lei em tramitação que inclui o nome da psiquiatra alagoana Nise Magalhães da Silveira no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”, destinado a honrar “brasileiros e brasileiras que tenham oferecido a vida à pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo”.
De autoria da deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o projeto pode transformar a alagoana em uma das poucas mulheres inscritas no livro de aço do “Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves”, memorial cívico fúnebre inaugurado em 1986, em Brasília, projetado por Oscar Niemeyer. “São pouquíssimas mulheres que estão no livro. Em outubro, nós fizemos uma audiência pública e conseguimos provar o valor e a importância de Nise da Silveira para a história do Brasil”, disse a deputada Jandira Feghali, autora do projeto, ao site HuffPost Brasil. “Agora, no início deste ano, quando a Comissão de Cultura voltar, vamos apresentar para votação e acredito que será aprovado. Nise da Silveira é uma figura muito expressiva”, afirma.
Caso a proposta seja aprovada, Nise da Silveira, psiquiatra que revolucionou o tratamento de pacientes da área no Brasil, seria a sétima mulher a figurar no panteão (que hoje conta com 6 mulheres entre 45 nomes), ao lado de personalidades como Jovita Feitosa Ovoluntária do Exército na Guerra do Paraguai), Clara Camarão (que combateu os holandeses na Batalha dos Guararapes), a pioneira na enfermagem no Brasil, Ana Néri, as revolucionárias Anita Garibaldi e Bárbara de Alencar (que participou da revolução pernambucana de 1817 e 1824) e, mais recentemente, Zuzu Angel (estilista que enfrentou a ditadura militar de 1964 em busca de informações sobre o paradeiro do filho assassinado pelo governo militar).
Nise seria também o terceiro nome de Alagoas na lista ao lado de Marechal Deodoro e Zumbi dos Palmares. O projeto de lei, entre outros argumenta que a alagoana nascida em Maceió, em 1905, única mulher em sua turma de Medicina ao lado de 157 homens formada em 1931, “foi um divisor de águas entre um tratamento desumano e que retirava as pessoas do convívio social para o acolhimento e a humanidade de um tratamento que buscava, verdadeiramente, compreender o universo daquelas pessoas e ajudá-las”.