Inca estima que mais de 5 mil pessoas em Alagoas devem ser diagnosticadas com câncer em 2018
Segundo oncologista, a maioria dos casos poderia ser evitada se as pessoas tivessem hábitos saudáveis: 'O impacto do dia a dia é maior do que a genética'.
uando eu recebi a notícia foi um baque geral, porque eu recebi a notícia de que eu estava com câncer, de que eu não poderia engravidar depois dali, de que teria que retirar uma mama e que meu cabelo iria cair”. O depoimento é da alagoana Patrícia Guimarães, que sobreviveu ao câncer de mama.
Assim como Patrícia, uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), do Ministério da Saúde, estima que 5.050 pessoas podem ser diagnosticada com câncer este ano. Os dados foram divulgados no último mês de fevereiro.
Segundo a pesquisa, a estimativa é que, do total, 630 sejam de próstata; 560 de mama; e 320 de cólo de útero. Somente em Maceió, a previsão é que 1.840 novos casos sejam descobertos.
Segundo o INCA, para obter a taxa de incidência de câncer para uma determinada região, os pesquisadores multiplicaram a taxa observada de mortalidade da região pela razão entre os valores de incidência e mortalidade da localidade onde existam Registro de Câncer de Base Populacional.
O doutor em oncologia Divaldo Alencar é especialista no assunto e trata pacientes com a doença no estado. Para ele, a maioria dos casos poderia ser evitada se as pessoas se cuidassem mais.
“30% dos casos de câncer de mama não aconteceriam se as pessoas tivessem hábitos saudáveis. 40% das mortes por câncer poderiam ser evitadas, deste monte, 24% com a extinção do tabagismo. O impacto do dia a dia é maior do que a genética”, afirmou Alencar.
De acordo com o médico, o segredo para evitar a doença e também ter uma vida mais longa e saudável está em três pilares essenciais: alimentação, falta de sedentarismo e visita o médico regurlamente.
“Para evitar é simples. É preciso ter hábitos saudáveis de vida, alimentação, que é comer alimentos frescos sem ser enlatados. Maior consumo de frutas e verduras, e diminuir o consumo de carne vermelha para 500 gramas por semana. É fundamental fazer exames de prevenção, ter o peso ideal e fazer atividade física”, explicou o médico.
A Patrícia, personagem do começo da reportagem, se arrepende de não te procurado um médico assim que descobriu o nódulo em 2013. Por conta da faculdade, ela só foi se consultar em 2015, quando ficou sabendo do câncer.
“Se você estiver fazendo uma faculdade, no trabalho, e sentir alguma coisa, tem que parar para cuidar de si. Porque tudo fica e você vai embora. Você é prioridade. Eu achava que me alimentava bem, mas hoje eu me alimento muito melhor. Então, estou sempre procurando alimento para aumentar a minha imunidade. Faço acompanhamento a cada 6 meses. É viver um dia de cada vez, acreditar que tudo deu certo”, diz Patrícia.