O rastreamento é feito utilizando o Bluetooth do celular. Quando dois aparelhos que têm o app instalado se aproximam, eles trocam chaves criptografadas, mantendo praticamente um catálogo anônimo de pessoas que se aproximaram de você durante duas semanas. Se alguma dessas pessoas for diagnosticada com o coronavírus, ela pode entrar no app para reportar seu caso e você será alertado de que pode ter sido exposto ao vírus.
Para não permitir o abuso do sistema, com pessoas notificando casos sem realmente serem diagnosticadas com o vírus, o aplicativo requer um token emitido pelo Ministério da Saúde, gerado pela validação de um exame PCR ou sorológico. A notificação é totalmente voluntária.
O aplicativo leva em consideração tempo e distância para classificar uma possível exposição. Para que o sistema seja eficaz, é necessário minimizar os alertas falsos que podem causar dessensibilização do público, que pode passar a ignorar as notificações. Então, o app levará em conta apenas contatos que tenham durado pelo menos 5 minutos e uma distância curta, em torno de até 2 metros, o que pode ser calculado pela força do sinal do Bluetooth.
Segundo o ministério, essa notificação informará que se trata de uma prevenção, e que isso não significa necessariamente que a pessoa alertada está contaminada. É uma forma de que a pessoa esteja atenta ao surgimento de sintomas, busque se testar para obter um diagnóstico precoce e se isole para evitar propagar o vírus ainda mais.
O sistema utiliza uma API anunciada ainda em abril desenvolvida em conjunto por Apple e Google para notificação de casos. Essa ferramenta foi fornecida de forma exclusiva a autoridades de saúde de todo o mundo, e exige que os apps respeitem algumas exigências, como armazenar os dados localmente, não coletar dados de localização e não utilizar publicidade direcionada. Graças à coleta limitada de dados, já que não usa sequer nome ou documentos pessoais, o app não é capaz de registrar um mapa de deslocamento dos usuários, nem registra horário de encontros entre as pessoas. Quando você recebe um alerta, não há como descobrir quem foi a pessoa contaminada com quem teve contato.
Vale notar, no entanto, que há algumas críticas a esse sistema, principalmente da parte do Google. A empresa recebeu queixas de que, para utilizar o Bluetooth para essa função, o Android também solicita acesso aos dados de GPS do smartphone, mesmo que os desenvolvedores de aplicativos não recebam esses dados, então é algo para ficar atento se você não quer que o Google tenha acesso aos seus dados de geolocalização. O iOS não tem o mesmo requisito.