Audiovisual alagoano ganha força com novos investimentos
Produções cinematográficas foram destaques no cenário nacional
Secult Alagoas
Para garantir o sucesso do audiovisual no Estado, o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AL), vem construindo junto aos produtores do segmento projetos para o fortalecimento do setor. Ainda no início deste ano, a Superintendência de Apoio à Produção Cultural da Secult reuniu representantes do Fórum Setorial e alinharam uma programação para utilização de R$8 milhões provenientes do Edital Audiovisual da Agência Nacional de Cinema (Ancine) onde a pasta foi selecionada.
A Secult já está dando andamento ao quinto edital de Apoio à Produção Audiovisual. “O processo para abertura do edital se encontra na Procuradoria Geral do Estado aguardando parecer e aprovação. Estamos preparados para lançar o certame que, sem dúvidas, será histórico para o segmento cultural alagoano, que recebe investimentos nunca antes aportados em Alagoas”, disse o superintendente Paulo Poeta.
Segundo o superintendente, foi decidido juntamente aos representantes do segmento que o edital do Estado seria lançado posteriormente aos demais já publicados pelos municípios de Maceió e Arapiraca a fim de dar mais oportunidade aos inscritos. “Foi acordado entre as partes desta maneira para democratizar o acesso aos recursos e possibilitar uma a maior quantidade de produções”, pontuou Paulo Poeta, ressaltando que o novo edital também trará R$800 mil para formação continuada. “Esse ajuste do recurso ocasionou burocracias internas na Ancine”.
A cada real colocado de contrapartida do Governo de Alagoas, a Ancine aporta R$ 5 a partir do FSA, oriundos da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine), financiada pelas empresas operadoras de TV por assinatura e telefonia. “Desta vez estamos destinando R$ 1.365 milhões para o Fundo, desta forma teremos o retorno de R$ 8.190 milhões para as realizações de projetos audiovisuais”, explicou a secretária Mellina Freitas. O novo edital contemplará a seleção de três longas-metragens, uma série, quatro telefilmes, 13 curtas-metragens divididos em categorias especiais.
Para a titular da pasta, a contribuição do Governo tem sido importante para que o cinema alagoano se torne cada vez mais promissor. “Essa é a primeira vez que um Governo produz uma política de audiovisual, que engloba formação, incentivo à produção e aquisição de conteúdo. Desta forma, estamos movimento a economia e estimulando a produção cinematográfica”, salientou.
Ao longo do ano foram desenvolvidos projetos que incentivaram a produção audiovisual no Estado, como festivais e atividades de formação do setor, com as oficinas ministradas por técnicos do Centro de Audiovisual.
Oficinas de capacitação
Com o objetivo de aperfeiçoar profissionais que já atuam no setor audiovisual e também capacitar novos interessados em desenvolver carreira no segmento, como realizador independente de filmes de curta, média e longa-metragem e produtores, a Secretaria de Estado da Cultura lançou um pacote de oficinas voltadas ao setor. Foram realizados cursos intensivos enquadrados em modalidades de gestão, criação e técnico e acessibilidade.
Segundo a secretária de Estado da Cultura, Mellina Freitas, o programa tem como missão ofertar conteúdo de alta qualidade através de ministrantes que são referências no mercado, abordando temas que são estratégicos para o crescimento do audiovisual. “As oficinas fazem parte das ações de fortalecimento da produção audiovisual alagoana. Temos trabalhado para promover o desenvolvimento da cadeia produtiva cinematográfica no estado, buscando aperfeiçoar nosso núcleo digital e ampliar cada vez mais os investimentos voltados para o setor”, explica a secretaria de cultura Mellina Freitas.
Foram ministradas oficinas de formação, produção e acervo, elaboração de projetos e produção executiva, financiamento FSA, produção de roteiro e animação, em Maceió e Arapiraca.
Festivais
Nos últimos anos os festivais de cinema de Alagoas ganharam uma nova dimensão com o apoio efetivo do Governo do Estado, fazendo com que os eventos entrassem de vez para o calendário e roteiro do cinema nacional. Diante do incentivo crescente, O Circuito Penedo de Cinema e a Mostra Sururu, festivais que marcam a produção audiovisual em Alagoas, rendem bons frutos, apresentando e descobrindo novos talentos.
O Circuito Penedo de Cinema bateu o recorde de filmes inscritos e é o maior evento do estado sobre cinema e inteiramente gratuito. Para o coordenador geral do Circuito a tendência é fazer com o que o evento ganhe mais destaque a cada ano. “Nossas expectativas para os próximos anos é fortalecer ainda mais o Circuito. Nosso evento é resistência”, declarou.
A Mostra Sururu também vem ganhando força na cena local. A ampliação, segundo a produção do evento, faz parte de processo de desenvolvimento para do evento ao longo de 10 anos da mostra. Nas últimas edições, o Circuito Penedo de Cinema e a Mostra Sururu receberam um apoio do Governo do Estado no valor de R$ 350 mil e R$ 15 mil, respectivamente.
Este ano a “Mostra Sururu – 10 Anos” contou com nove filmes que foram contemplados no último edital da Secult. Sendo premiados: Nas quebradas do Boi, como melhor montagem; Tambor ou Bola, melhor som; O Branco da Raiz, melhor fotografia; e Trincheira, melhor roteiro e direção de arte.
Outros filmes produzidos com o apoio do edital da Secult e se destacaram no cenário nacional foram: Alano, selecionado para o festival MixBrasil; Como Ficamos na Mesma Altura, primeiro filme alagoano selecionado para o festival de Roterdã, na Holanda; A Barca, primeiro filme selecionado para a Mostra Foco, no Festival de Tiradentes; O Poeta do Barro Vermelho, primeiro filme alagoano a participar do festival AnimaMundi; Aula de Hoje; e Besta-Fera, participou da Mostra Sururu 2018, recebendo o prêmio de melhor elenco.
Núcleo de Produção Digital
Desde o ano de 2018 o cinema alagoano já conta com um grande incentivo para as produções no Estado. Os produtores podem solicitar o uso de equipamentos de última geração do Núcleo de Produção Digital de Alagoas (NPD), adquiridos pelo Governo de Alagoas, por meio da Secult.
Localizado no Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa), o Núcleo é uma iniciativa de apoio e fomento à atividade audiovisual local, por meio de ações de formação, qualificação técnica, difusão e de cessão aos produtores independentes do Estado de equipamentos de captação e edição de imagem e som em plataforma de alta definição.
Os interessados em fazer uso dos equipamentos devem apresentar seu pedido de inscrição no Protocolo da Secult, localizada na Praça. Mal. Floriano Peixoto, s/n, Centro, das 8h às 14h, em envelope lacrado, com o nome do filme e do responsável, contendo formulário de inscrição preenchido; carta do responsável pelo projeto; relação nominal da equipe; comprovante de inscrição e situação cadastral no CPF, RG, Comprovante de Residência de dois anos atrás e atual (recente mínimo de três meses) do responsável pelo projeto e diretor; apresentação do roteiro, sinopse, composição da equipe técnica, cronograma de produção, portfólio do técnico de som, diretor de fotografia e do editor (Montador)/finalizador e comprovação de currículo técnico da equipe.
“A utilização do equipamento será definida de acordo com a ordem de inscrição e a disponibilidade de pauta para a produção independente. Poderão se candidatar pessoas físicas residentes em Alagoas, há pelo menos dois anos, com obras audiovisuais autorais e artísticas, cujo teor não se preste a fins publicitários, institucionais ou político-partidários e que se enquadre nos gêneros de Documentário, Ficção, Videoclipe, Videoarte/ Experimental e Animação. As inscrições são gratuitas”, explica Thiago Lobo coordenador do Misa.
Todo projeto inscrito passará por uma análise com a finalidade de avaliar seu enquadramento nas especificações técnicas do regulamento, disponível no endereço http://www.cultura.al.gov.br/
Para o produtor Rafhael Barbosa, “a reativação do Núcleo de Produção Digital fortalece a cadeia produtiva do cinema em Alagoas, que vai do diretor aos técnicos, movimentando a economia e a cultura do Estado”.