Não é só o futebol que vai agitar o nordeste no primeiro semestre do ano. O poker, modalidade que está em franca ascensão em todo país, também vem com tudo para os primeiros meses de 2018 e o maior exemplo disso é o Nordeste Poker Series (NPS), que está na sua terceira temporada.
A atual temporada começou entre os dias 17 a 21 de janeiro em Recife, no Grand Mercure. Em 2016, na temporada de estreia, foram quatro eventos diferentes. A competição vem crescendo a cada ano e agora já são seis eventos, um número definitivamente histórico.

A próxima etapa, ocorrerá em Fortaleza, no conceituado Marina Park Hotel, que é o palco mais tradicional desse circuito. A etapa está marcada para acontecer entre os dias 11 a 15 de abril e a cidade também foi escolhida como a sede do último evento do NPS em 2018.

Última temporada foi repleta de emoções – Em termos de emoção e equilíbrio, vai ser difícil superar a última temporada do NPS. O título acabou sendo decidido apenas na última mesa, quando Wilder Brito, do Rio Grande do Norte, conseguiu desbancar Pedro Henrique Mendes, de Pernambuco, para ficar com a conquista e o prêmio de R$ 40 mil. Além da premiação em dinheiro, Wilder também ficou com um Toyota Etios.

“Todos vocês acompanharam o quanto foi duro, o quanto essa batalha foi árdua. O título fica mais engrandecido ainda pelo fato de nenhum dos jogadores dar trégua em nenhum momento. Pra ver como foi, só ficou decidido na última mão, na mesa final, do último torneio. Todos tiveram um desempenho fantástico”, disse Wilder após a conquista do ano passado.

A conquista do ano passado foi reconhecida pela Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), que confirmou que o vencedor da NPS seria oficialmente chamado de campeão nordestino.

Novidades para 2018 e moral alta entre os profissionais – Com todo o reconhecimento e notoriedade que o circuito ganhou após a última temporada, o NPS vem com outras novidades além da etapa adicional. Entre as principais, há a adição do High Roller Single Day, um formato de poker rápido e competitivo que agrada a maioria dos praticantes.

Neste ano, assim como na última edição, o campeão vai levar um carro de premiação. A diferença, no entanto, é que agora a recompensa é um Toyota Corolla.

A atenção que o NPS dá aos jogadores é um fator extra no respeito que o circuito vem adquirindo no circuito nacional e isso gera ânimo entre os profissionais.

“Espero que a gente mantenha o crescimento que a gente vem conquistando nesses anos, trazendo para o Nordeste estrutura e poker de qualidade. Quero que a galera tenha uma referência de onde jogar, a gente se espelha muito no BSOP. Trouxemos novidades, Action Clock no High Roller e no Main Event para sempre manter esse evento atualizado como os outros”, diz Bruno Foster, profissional de poker.

Além disso, o circuito não é fechado apenas à elite do poker brasileiro. No Nordeste Poker Series, quem não é profissional também pode competir. Como se trata de um esporte estratégico, o poker, reconhecido oficialmente pelo Ministério do Esporte, é uma modalidade que possibilita com frequência que vários competidores que não são profissionais tenham a chance de conquistar ou chegar perto dos grandes títulos.

Crescimento do poker nordestino– A ascensão do NPS anda ao lado do crescimento do poker nordestino, que tem vários polos espalhados na região. É o que afirma Eloy Vasconcelos, atleta renomado nesse esporte.

“O Nordeste Poker Series contribui demais para aumentar o nível. A gente aqui em Recife já está fazendo um trabalho grande de coach. Nós sempre buscamos grandes nomes do poker brasileiro para dar coach aqui. Outro projeto da Federação Pernambucana é fazer vários workshops para melhorar ainda mais o nível de poker do estado”, afirma Eloy.

O competidor profissional também está otimista em relação ao potencial do poker nordestino, que está aumentando em popularidade a cada ano.

“Eu espero um grande crescimento para o poker pernambucano. Hoje nós já temos o maior circuito entre os estaduais do Nordeste, é que o distribui mais prêmios. Eu acho que temos muito a crescer ainda. Não podemos ficar atrás de estados do Sul, tirando São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo. Temos muito potencial”, opina.

Mais poker se traduz em mais turismo para a região. Em grandes eventos, como o NPS, competidores de vários lugares diferentes do nordeste se deslocam até a cidade onde a etapa é disputada. Isso ajuda a potencializar mais o turismo no nordeste, que cada vez mais tem uma estrutura melhor para receber visitantes — neste ano, Maceió, por exemplo, está com grandes investimentos na rede de hotelaria.

Alguns profissionais de muito destaque ajudam a aumentar o nível do poker nordestino, como é o caso de Oderlândio Moura. O cearense, que já venceu uma etapa do campeonato mundial de poker no Brasil, representou o estado do Ceará na última edição do campeonato brasileiro de poker por equipes, que teve São Paulo como campeão.

Um dos objetivos do poker nordestino deste ano é justamente ter uma melhora de resultados no campeonato por equipes. No ano passado, o melhor estado nordestino na competição foi o Maranhão, que ficou em sétimo.

“O ano passado foi horrível, montamos um ‘Dream Team’ com craques de cada modalidade e não conseguimos passar para o segundo dia. Nós vamos melhorar, temos que melhorar, apesar de ser um torneio de tiro curto, que tem variância, e os melhores do Brasil que participam”, analisou Eloy, que fez parte do time de Pernambuco.

Com o potencial do poker nessa região, a ascensão do NPS e a experiência que os profissionais dessa do nordeste estão ganhando na modalidade, não seria uma grande surpresa se o poker nordestino fizesse bonito no brasileiro por equipes deste ano e até mesmo conquistasse o título. As expectativas definitivamente estão ao seu favor.