Cresce procura por financiamento estudantil privado

“O cenário da educação superior tem mudado muito nos últimos anos e o Fies sempre foi o carro forte para possibilitar o ingresso ao curso superior.

Mídia Nova / Renata Pais

Cresce procura por financiamento estudantil privado

Crise econômica, desemprego e  alta na inadimplência têm  impulsionado a procura por financiamentos e/ou seguros para pagar a mensalidade da faculdade. Diante da dificuldade para conseguir a inserção no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), muitos estudantes têm optado por outras formas de financiamento.

Para garantir que os alunos continuem estudando, as instituições de ensino estão oferecendo seus próprios programas de financiamento estudantil privado. São diversas opções e em alguns casos, não há a exigência de fiador.

Em Alagoas, a Faculdade Estácio oferece linha própria de crédito, sem juros, e um financiamento vinculado a um banco (também sem juros). O financiamento pode ser contratado a partir de uma simulação feita no site da instituição. O PAR, parcelamento da Estácio, oferece a possibilidade do pagamento da mensalidade com um valor diferenciado e um maior tempo, além do prazo de duração do curso.

“O cenário da educação superior tem mudado muito nos últimos anos e o Fies sempre foi o carro forte para possibilitar o ingresso ao curso superior. Mas, diante da redução no programa, uma alternativa ofertada em um primeiro momento foi um financiamento através de uma parceria com as instituições bancárias. Mas a exigência de um fiador ainda dificultava muito o processo. Com o novo parcelamento oferecido pela Estácio, o aluno pode cursar a graduação pagando a metade do valor da mensalidade por semestre, por mais tempo, além do período de duração do curso”, explica Vagner Souza, diretor geral da Faculdade Estácio em Alagoas.

Ele acrescenta que o grande diferencial desta nova possibilidade de financiamento é a não cobrança de juros. “O aluno inicia o curso e sabe até o valor que vai pegar pela mensalidade até o final do contrato, sem cobranças de juros”, afirma.

CENÁRIO DA EDUCAÇÃO

Em julho, a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES) divulgou um estudo que mostra que mais da metade – 50,5% – dos jovens brasileiros não têm condições de pagar sua formação e dependem da ajuda de programas do Governo.

A 9ª edição do documento Análise Setorial da Educação Superior Privada 2016, da Hoper Educação, aponta que alunos que não conseguem o Fies acabam procurando cursos à distância ou presenciais mais baratos.

De 2011 a 2014, a quantidade de alunos potencialmente pagantes vem caindo, registrando taxa de crescimento anual composta (CAGR) de -2,6%, enquanto que a quantidade de alunos vinculados ao Fies registrou um crescimento acentuado, com CAGR de 87,6%.

No mesmo período, o Nordeste (45%) e Centro-Oeste (41%) foram as regiões que ficaram acima da média nacional de alunos com o Fies, mas a Hoper estima que o programa não deve voltar a ter o mesmo número de contratos que teve até 2014.

Ainda de acordo com o documento, na perspectiva mais otimista, a educação superior só deve voltar a crescer a partir de 2017, com Fies cada vez mais restrito a alunos mais carentes financeiramente e a cursos priorizados pelo governo federal.

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