Diteal celebra festejos juninos em vídeo gravado no Teatro Deodoro

Gravação apresenta banda, formada por Chau do Pife, Xameguinho, Xexéu e Patativa, além de depoimentos

Diteal / Hannah Copertino

Diteal celebra festejos juninos em vídeo gravado no Teatro Deodoro

A cultura nordestina é rica, diversificada, bonita, repleta de cores, sabores, movimentos e ritmos. No mês de junho, essa riqueza fica ainda mais evidenciada com a chegada dos festejos juninos. A partir de um processo de aculturação e sincretismo, o povo nordestino conseguiu perpetuar uma das tradições mais fortes e belas ao envolver cultura, artes, religião, culinária, brincadeiras para dizer: Viva São João, São Pedro e Santo Antônio.

Nesta miscelânea de manifestações culturais, a música, especificamente o forró, tem papel de destaque. A partir dele, surgiram outros ritmos e todos foram incorporados aos festejos juninos. Como forma de celebrar o São João, a Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) reuniu uma superbanda: Chau do Pife (pífano), Xameguinho (sanfona), Xexéu (zabumba) e Patativa (triângulo) para gravação de um vídeo, no Teatro Deodoro. O vídeo está disponível pelo site diteal.al.gov.br, nas redes sociais e pelo canal do Teatro Deodoro.

“É com muita alegria que recebemos esses músicos e reverenciamos a nossa cultura. Alagoas se destaca como um celeiro musical e, no forró, não poderia ser diferente. Por meio desse ritmo, que é um dos maiores símbolos dos festejos juninos, fazemos uma homenagem à data e seus artistas e, ainda, levando cultura para a casa do público, neste momento delicado que vivemos”, pontuou a diretora presidente da Diteal, Sheila Maluf.

No vídeo, a banda toca as composições “Me Engana que eu Gosto”, do Chau do Pife, patrimônio vivo de Alagoas, e “Olha pro Céu Meu Amor”, do mestre Luiz Gonzaga em parceria com o alagoano José Fernandes. Os músicos dão seus depoimentos falando sobre a relação com o São João e o palco do Teatro Deodoro, patrimônio cultural de Alagoas.

“Estou muito feliz de estar aqui. Nasci no interior de Alagoas, em Atalaia, na roça e aprendi a tocar esse instrumento bonito. Nós forrozeiros estamos passando por um momento difícil, como muita gente, mas estamos aqui no Teatro Deodoro, nossa casa, nosso reduto. Vários artistas da terra, do Brasil e do mundo já passaram aqui. Quero deixar um abraço para todos”, disse o sanfoneiro Xameguinho.

Em seguida, quem faz seu relato é o zabumbeiro Xexéu. “É um prazer muito grande estar com vocês, compartilhando este momento, e pisar neste palco. Momento difícil? Sim, mas venceremos unidos. O Teatro Deodoro tem participação importante para que a gente enfrente essas dificuldades”, acrescentou.

Logo após, foi a vez do Patativa, triânguleiro. “Estamos passando por essa pandemia, sem forró, mas estaremos presentes, no próximo São João”, falou.

O músico e jornalista, Mácleim, que tem o forró presente desde sua infância, em Murici, participa do vídeo, dando enorme contribuição ao falar sobre o forró. “Como costumo dizer o gênero forró é um guarda-chuva porque, ao redor dele e embaixo, têm outros segmentos como o xote, o baião, o xaxado e foi uma invenção genial do grande Luiz Gonzaga. Hoje, o que a gente viu aqui no palco foi o que ele criou lá atrás, há mais de 60 anos, a formação de sanfona, zabumba e triângulo e que está viva até hoje, inclusive com detalhes que estava observando, tipo a zabumba do lado direito e o triângulo do lado esquerdo, dando equilíbrio do grave e agudo, foi uma coisa pensada por Luiz Gonzaga”.

Mácleim conta, ainda, uma curiosidade sobre a formação tradicional do forró: “Dizem que essa formação musical do Luiz Gonzaga aconteceu porque ele foi convidado para fazer um show, o cachê era pouco, tinha que alugar ônibus e ele deu uma resumida nisso, colocou todo mundo no carro e foi. A partir daí, se criou essa formação que está viva até hoje”.

Para o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda, é uma honra receber os músicos participantes do vídeo no palco. Ele agradeceu a todos e destacou a busca da Diteal em manter atividades artísticas e culturais neste momento. “Esse palco e essa sala de espetáculo são mágicos, democráticos. Nada acontece sem uma equipe e a Diteal vem buscando fazer a sua parte, chegando junto dos artistas com cachês, mostrando a importância dessa casa, que é o palco oficial do estado, a casa do artista alagoano. Estamos com muita saudade de estar com o público abraçando o seu artista na plateia”, afirmou.

Finalizando os depoimentos, Chau do Pife complementa: “Parabéns a todos os músicos brasileiros, principalmente para aqueles que tiraram um pedacinho da veia do coração e colocaram na bandeirinha do São João para a gente não ficar sem os festejos juninos”, concluiu.

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