“Gosto e acredito no meu trabalho, e estou aguardando o que Deus reservou para mim”, diz Serginho Jucá, chef finalista do Mestre do Sabor

Após ter participado de 12 programas, chef alagoano, formado em Gastronomia - na Espanha, já viajou para o Rio de Janeiro, onde disputará a final do reality Mestre do Sabor, que ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 24, ao vivo, pela TV Globo.

Janaina Ribeiro - Repórter

“Gosto e acredito no meu trabalho, e estou aguardando o que Deus reservou para mim”, diz Serginho Jucá, chef finalista do Mestre do Sabor Serginho Jucá já viajou para disputar a final do Mestre do Sabor. (Foto: reprodução do Instagram pessoal).

Ele está na final do Mestre do Sabor, reality gastronômico da TV Globo que está no ar desde maio deste ano. Estamos falando do alagoano Serginho Jucá que, na quinta-feira (16) passada, garantiu uma vaga para o último dia da competição que vai eleger o melhor chef de cozinha do Brasil. Entre os seus conterrâneos, claro, a torcida está engajadíssima, e até o governador Renan Filho fez post nas redes sociais chamando o público para mandar as melhores energias para o Serginho. E o Maceió40Graus, claro, também engrossa o coro daqueles que torcem para ver o nosso chef subindo ao pódio e conquistando o 1º lugar desse reality.

Ele garantiu a vaga na final após participar de 12 programas – que foram gravados antes da pandemia, onde mais de 100 pratos foram feitos diante do elenco de chefs que comandam o programa. Portanto, a próxima quinta-feira (24) promete emoção de sobra com a disputa sendo exibida ao vivo para o todo o mundo. A Globo garante que as provas ocorrerão cercadas de toda segurança e cuidado necessários ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.

E a gente bateu um papo com o Serginho Jucá. Confira, abaixo, o que o chef alagoano falou a respeito do Mestre do Sabor, de onde vem a sua inspiração para cozinhar e quais são as expectativas para o grande dia da final, que ocorrerá esta semana.

1. O Mestre do Sabor te fez conquistar um reconhecimento profissional ainda maior, alcançando todo o Brasil. Seus pratos, na grande maioria dos programas, é elogiado por todos os chefs que comandam a competição. No penúltimo, inclusive, o “aguachile de taioba com tempurá de jaca e crudo de tilápia” recebeu o elogio de ter sido “o melhor disparado”. Isso aumenta a sua responsabilidade diante das provas? Faz com quem você queira surpreender mais e superar seus limites? Ou você não pensa muito nisso?

Eu gosto muito do que faço, então, estou tentando manter a calma. Quero seguir no mesmo caminho. É claro que sempre tento fazer algo melhor, mais legal. Mas, isso vai da hora, dos ingredientes.

Prato vencedor da semifinal. (Foto: Samuel Kobayashi – GShow)

2. Quem te conhece sabe que você sempre fala que o seu amor pela cozinha veio de dentro de casa, por causa das Irmãs Rocha, mais especialmente da sua avó, Yeda. Qual é parcela de responsabilidade que elas têm pela sua escolha como chef? Aliás, desse quando você percebeu que tinha o dom de cozinhar?

Elas foram importantes, sim. Mas, eu tinha uma identificação com a cozinha faz tempo, tanto que fui fazer o meu curso de gastronomia na Espanha. E foi lá que ganhei o prêmio de melhor jovem cozinheiro da Catalunha. Dentre os jurados estava o René Redzepi, que já foi considerado o melhor chef do mundo por três vezes. E isso ocorreu quando eu tinha apenas um ano de cozinha. Então, foi a partir desse momento que tive ainda mais certeza do caminho profissional que deveria seguir. Depois, juntei as duas coisas: sou neto de vovó Yeda e ganhei um prêmio na Espanha, ou seja, eu estava mesmo no rumo certo. E quando voltei para o Brasil, com sete anos de cozinha, já tinha uma base muito bem feita.

3. Sua postura no programa costuma ser a de defender ingredientes nossos, do Nordeste, de Alagoas, destacando o sabor e a qualidade deles. Você, em algum momento, teve receio disso, medo que houvesse algum tipo de preconceito porque esses alimentos, digamos, não estão, por exemplo, entre os mais refinados e caros? Ou nesse segmento não existe essa diferenciação?

Depois que eu me formei e cheguei de volta ao Brasil, sempre disse minha cozinha teria gosto de infância. Inclusive, lá na Europa, usava batata doce e cebola roxa exatamente porque entendo que os ingredientes da nossa culinária devem ser valorizados. No princípio, há oito anos, até sofri preconceito. Quando se pensava em batata doce, por exemplo, todo mundo só imaginava uma rodela no prato, então, dediquei-me para quebrar essa má impressão. Fiz um mil folhas de batata doce e as pessoas não conseguiam entender como usei aquele produto para criar um prato tão diferente do que elas estavam acostumadas a ver, tão cheio de técnicas. Então, menosprezaram no início, depois souberam reconhecer o sabor. Inclusive, hoje em dia, a modernidade da cozinha não exige mais somente ingredientes caros. Isso é coisa do passado. O importante é o chef usar do seu valor gastronômico para inovar.

Serginho Jucá numa das provas do Mestre do Sabor. (Foto: reprodução do Instagram).

4. Você, ao lado do Júnior Marinho, da Ana Zambelli e do Dário Costa estão na final do Mestre do Sabor. Como está sendo a sua preparação para este dia D? Está nervoso, ansioso desde agora? Ou o coração está tranquilo?

Eu não estou me concentrando somente nas provas, estou tentando fazer outras coisas que possam me trazer tranquilidade e prazer. Criei o meu Instagram com receitas para o público e, em dois meses, já são 50 compartilhadas, tem até delas que são do Sur (restaurante de propriedade de Serginho). Isso tem ajudado bastante a me manter tranquilo. E também confio na minha capacidade, gosto do meu trabalho, acredito nele. Estou com o coração tranquilo e esperando o que Deus reservou para mim e para cada um dos finalistas.

5. No dia da semifinal, você falou que ter chegado à final exigia de ti “um novo refletir”. O que isso significa?

Eu cheguei ao programa com um tipo de carga emocional, trazendo na bagagem oito anos de Sur, mudanças de cidades e com uma história cheia de conquistas e dificuldades. Mas, poder receber o carinho de todo mundo me deixou mais confiante exatamente porque pude mostrar o meu trabalho que é feito com tanto amor. Por isso falei sobre um ‘novo refletir’, que significa confiar mais naquilo que eu faço.

6. E, para finalizarmos, o que o chef Serginho Jucá tem de melhor ou de diferente dos seus concorrentes para vencer o Mestre Sabor?

Essa pergunta é fácil demais de responder. Meu trunfo na manga é a Yeda Rocha. Essa bagagem ninguém tem (risos).

Os quatro finalistas do Mestre do Sabor. (Foto de Samuel Kobayashi – GShow)

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