Em Sergipe com a família à espera da liberação do corpo do piloto Abraão Farias, na noite de ontem (27) o aposentado Erivaldo Farias, pai dele, desabafou sobre a queda de avião que matou o filho, o cantor Gabriel Diniz e o piloto Linaldo Xavier, durante a tarde, em Sergipe.
Em entrevista à TV Pajuçara, ele comentou a declaração de diretores do Aeroclube de que o filho teria dado carona ao artista, o que negou. Erivaldo disse que Abraão alugou o avião no Aeroclube de Maceió para levar Gabriel Diniz a Salvador e depois, de volta para Maceió.
“Meu filho foi contratado pelo cantor por R$ 4 mil para levar e trazer, porque não havia tempo de ir de carro. Foi pago, foi tudo registrado. Não quero limpar o nome de alguém e dizer que meu filho deu carona, não é verdade. Ninguém tira um avião do aeroclube escondido. Infelizmente aconteceu isso aí. Houve um incidente, agora o que eu quero é a verdade”, declarou.
Escola de aviação
O pai do piloto também contou que o filho e a família iriam montar uma escola de aviação, e que estava tudo pronto para inaugurar. Também era intenção de Abraão morar fora do Brasil, para isso, ele somava horas de voo e juntava dinheiro em um cofre.
Ontem, o piloto tirou dinheiro desse cofre e avisou que devolveria. “O cantor acertou por R$ 4 mil, pediu para o meu filho abastecer o avião e depois do show pagava. Meu filho foi em casa e pegou dinheiro no cofre e disse: ‘Mamãe, estou levando esse dinheiro, mas quando eu voltar devolvo’. A vontade dele era ir para os Estados Unidos, mas a carreira dele foi interrompida”, lamentou.
O repórter Henrique Pereira, da TV Pajuçara, esteve na escola e registrou algumas imagens de como está o espaço, já pronto para as aulas:
O acidente
Ao ir buscar o filho no aeroclube de Maceió, no bairro de Santa Lúcia, a mãe de Abraão ficou sabendo o acidente. A notícia da queda de avião em Sergipe chegou por volta das 13h30, mas só mais tarde a família teria certeza de que se tratava do voo do filho.
Segundo o pai, ele tinha mais de 2 mil horas de voo e dez anos de experiência. “Eu creio que a dor que eu estou aqui vai passar. A recordação que temos dele vai ficar guardada. É um momento difícil pra mim, pra minha esposa, minha família, minhas filhas, meus netos. Mas quem sou eu pra interrogar Deus?”, desabafa.