Jovem de 25 anos morre no HGE com suspeita de H1N1
Jean Ferreira estava internado desde a última quinta-feira com falta de ar, vômito e inchaço no tórax
Por Lucas Alcântara – colaborador
Um óbito registrado na noite de ontem (24), no Hospital Geral do Estado (HGE), pode ser mais um a entrar para a estatística de casos de H1N1 ocorridos no Brasil. O jovem Jean Ferreira Alves, de 25 anos, estava internado desde a última quinta-feira (22), quando deu entrada na unidade de saúde com queixas de falta de ar, vomitando sangue e inchaço no tórax. No atestado de óbito, uma interrogação para os familiares do jovem e os próprios médicos: a causa morte foi descrita como pneumonia ou H1N1.
Ao CadaMinuto, um amigo do jovem disse que ele vinha se queixando dos problemas há um tempo. Na quinta-feira, quando procurou o HGE, Jean foi informado pelo clínico-geral plantonista que seus sintomas eram de pneumonia e a unidade que deveria ser procurada, segundo o médico, era o Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
“Ele foi encaminhado e, quando chegou, a atendente disse que era para voltar ao HGE, que Jean não seria atendido lá. Ele retornou ao hospital, ficou internado na área vermelha. As suspeitas de H1N1 começaram a ser faladas pelos médicos na sexta-feira. Nesse dia, Jean foi entubado e permaneceu no leito ao lado dos outros pacientes da mesma área”, contou o amigo do jovem, que preferiu não se identificar.
Segundo as informações repassadas ao CadaMinuto, no mesmo dia em que o jovem foi entubado, um dos profissionais que deram assistência a Jean informou aos familiares que o paciente havia sido submetido a exames de Raio X e ultrassom na região em que ele se queixava de dores. Mas, quando questionaram sobre os resultados, a resposta foi que os exames não foram realizados porque os equipamentos estavam quebrados.
“Suspeitamos que houvesse negligência desde o começo. Primeiro, ele foi jogado de um local para outro e, onde era o ideal para ser atendido, no HDT, disseram que não era lá. Depois, inventaram que fizeram exames e desmentiram. Por último, o mais absurdo, o atestado não diz do que realmente meu amigo morreu. E se foi H1N1? Ele permaneceu entre os pacientes que estavam lá. Se for confirmada a suspeita, todos correm risco de contrair a doença, inclusive nós que tivemos contato com ele. Estamos todos com muito medo”, disse o amigo de Jean em tom de desabafo. Ele acrescentou que foi coletada uma amostra do sangue expelido pelo jovem no vômito e foi encaminhada para analise fora do estado.
Jean morava com uma tia e a irmã no conjunto Eustáquio Gomes. O corpo do jovem deve ser liberado até o final desta tarde e será velado na casa em que morou com a família. O enterro deve acontecer amanhã, ainda sem horário definido, em um cemitério no conjunto Jardim Royal, parte alta de Maceió.
O Cada Minuto entrou em contato com o HGE e com a Sesau para comentar o caso, mas as ligações não foram atendidas.
Morte de empresária pode ter sido H1N1
No início do mês a empresária Laís Muniz deu entrada no hospital Unimed com um quadro de forte gripe, mas acabou vindo a óbito. A morte começou a ser investigada e um laudo deve apontar se a jovem também foi vítima de H1N1.
Segundo a Secretaria de Estado da Sapude (Sesau) uma amostra do material biológico foi enviada à Fiocruz, no Rio de Janeiro. O resultado é previsto para os próximos dias.