Universidades e escolas também fizeram paralisações, após a convocação de uma greve de um dia por parte de entidades ligadas a sindicatos, movimentos sociais e estudantis e partidos políticos. Os atos foram pacíficos.
Foi a primeira grande onda de manifestações durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, pouco mais de quatro meses após ele ter tomado posse. Em Dallas (EUA), Bolsonaro classificou os manifestantes de “idiotas úteis” e “imbecis”. Mais tarde, por meio do porta-voz Otávio Rêgo Barros, disse que as manifestações de “legítimas e democráticas, desde que não se utilizem de violência, nem destruam o patrimônio público”.
A reação às declarações de Bolsonaro apareceu em faixas nos protestos e também em críticas nas redes sociais.
Ao Blog do Camarotti, auxiliares do governo entendem que uma fala do ministro da Educação Abraham Weintraub turbinou as manifestações. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” em 30 de abril, Weintraub sinalizou cortes em universidades onde houvesse “balbúrdia”.
- MEC bloqueou 24,84% dos gastos não obrigatórios dos orçamentos das instituições federais. Essas despesas incluem contas de água, luz e compra de material básico, além de pesquisas;
- As verbas obrigatórias (86,17%), que incluem salários e aposentadorias, não serão afetadas;
- Sindicatos e movimentos estudantis convocaram um dia de greve contra cortes de verbas que, segundo eles, podem paralisar as universidades;
- O ministro interino da Economia, Marcelo Guaranys, disse que a arrecadação do governo foi abaixo do esperado e, por isso, foi feito o congelamento temporário de verbas;
- O ministério informou que “está aberto ao diálogo” e que o ministro se reuniu com reitores de federais.Protesto em Maceió
Estudantes e servidores da educação estão reunidos em frente ao Cepa, na Avenida Fernandes Lima, na manhã desta quarta (15), onde realizam um ato contra os cortes de recursos para as universidades e institutos federais em todo o Brasil.
Nem a Ufal, nem o Ifal funcionam nesta quarta (15), e a manifestação deve ter a adesão de profissionais de outras áreas, além de agricultores sem terra e trabalhadores sem teto contra a reforma da Previdência.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação em Alagoas (Sinteal), Consuelo Correia, a partir das 10h os manifestantes farão uma caminhada em direção ao centro de Maceió, e em seguida param em frente ao Palácio do Governo estadual onde fazem uma fala contrária à desvalorização de professores.
“Hoje é um dia histórico. O Brasil inteiro parou, em todos os níveis, da educação básica ao ensino superior. A Educação está nas ruas para dizer não à retirada do acesso ao conhecimento. É um esquenta para a greve geral prevista para 14 de junho”, declarou.
O Gerenciamento de Crises da Polícia Militar já esteve no Cepa para solicitar aos manifestantes que mantenham liberada uma ou duas faixas da Avenida Fernandes Lima para não bloquear o trânsito.