Marco Referencial de Maceió terá capacidade para 1.500 pessoas
Aguardado há uma década pelo trade turístico e pela população, o Marco Referencial de Maceió começa a ser construído a partir desta segunda-feira (19), após o governador Renan Filho assinar Ordem de Serviço para o início das obras. O espaço irá substituir o antigo Alagoas Iate Clube, mais conhecido como Alagoinhas, na praia da Ponta […]
Aguardado há uma década pelo trade turístico e pela população, o Marco Referencial de Maceió começa a ser construído a partir desta segunda-feira (19), após o governador Renan Filho assinar Ordem de Serviço para o início das obras. O espaço irá substituir o antigo Alagoas Iate Clube, mais conhecido como Alagoinhas, na praia da Ponta Verde, e servirá de atração cultural para turistas e moradores da cidade.
O futuro Marco Referencial de Maceió já é considerado um divisor de águas para o turismo de Alagoas, principalmente por transformar a área que abriga as ruínas do clube náutico em um equipamento gratuito de disseminação da cultura, da história e da gastronomia alagoanas. Serão 3.600 m² de área, com capacidade para 1.500 pessoas, com praça de alimentação e eventos, concha acústica, espaço cultural climatizado, geração de energia solar, segurança e dois mirantes com vista privilegiada para o mar.
Tirar esse projeto do papel foi um dos principais compromissos do Governo de Alagoas, responsável pela construção do empreendimento, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra). De acordo com a titular da pasta, secretária Aparecida Machado, a obra é um exemplo de que é possível fazer grandes avanços mesmo em períodos de crise e instabilidade econômica.
“O Marco era uma demanda antiga da população e do empresariado de Maceió, por isso buscamos a forma mais ágil, segura e concreta de torná-lo realidade. Inicialmente, a obra foi orçada em R$ 17 milhões, recurso inviável na atual conjuntura do nosso País. Então, tivemos que adotar novas estratégias: fragmentamos o projeto em etapas, enxugamos o orçamento e garantimos que a primeira fase seja entregue com toda a funcionalidade do empreendimento”, destacou Aparecida Machado.
Nessa primeira etapa, serão investidos R$ 9,3 milhões – provenientes do Ministério da Integração Nacional e do governo estadual. “Esse recurso será aplicado na recuperação da estrutura já existente no local e na construção de todos os espaços que tornam o Marco funcional para os visitantes. Para a segunda etapa, restam apenas a torre panorâmica e as velas em estrutura de aço inoxidável e vidro”, explicou a secretária.
O projeto do Marco Referencial é assinado pelos arquitetos Ovídio Pascual e Marcos Vieira. A área para a construção do equipamento foi desapropriada em 2008, já com a orientação de ser um espaço destinado à cultura e às atividades turísticas.
Fortalecimento turístico
Após a Ordem de Serviço, o Estado terá um prazo de 12 meses para erguer o Marco Referencial de Maceió, no coração da capital alagoana. Além de tornar-se um ícone da cidade e solucionar um problema de abandono patrimonial, o espaço irá contribuir com o fortalecimento turístico e a atração de novos investimentos na área.
“Maceió é uma cidade-pulmão. O turista se hospeda aqui, onde há a melhor infraestrutura do Estado, mas, durante o dia, viaja para outros destinos. A gente precisa mudar o perfil desse visitante, oferecer atrações que estimulem a permanência dessas pessoas por mais tempo na capital e aqueçam a economia local. O Marco Referencial só tem a contribuir com isso”, avaliou Glênio Cedrim, presidente do Maceió Convention & Visitors Bureau.
O empresariado local também acredita que o espaço será mais um diferencial na promoção da cidade como destino turístico ao redor do mundo. “A orla de Maceió já é uma das mais bonitas do Brasil. Então, trazer mais um aparelho para que os turistas possam usufruir e ter uma vivência diferente é muito importante na hora de replicar nossas belezas mundo afora”, salientou Thiago Falcão, presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel/AL).
Recuperação estrutural
Para a construção do Marco Referencial será recuperada a parte estrutural do antigo Alagoinhas. Segundo Teógenes Café, superintendente estadual de Projetos Especiais, a ideia de demolição das colunas foi descartada, devido aos grandes impactos ambientais que o serviço causaria.
“A demolição despejaria muitos resíduos e afetaria significativamente os recifes de corais. Por isso, optamos por restaurar a estrutura atual. Então, começaremos a obra com toda a recuperação da área; a troca de toda a ferragem; o revestimento dos pilares; e a recuperação das vigas e da laje – uma nova será construída por cima da existente, possibilitando o menor impacto ambiental possível”, detalhou o engenheiro.
Responsabilidade ambiental
Como o Marco Referencial será construído em áreas de influência direta do mar e sobre uma região com vida marinha, os cuidados ambientais são prioritários na condução do projeto. “Vamos trabalhar com um ‘bandejão’ em toda a área inferior, para evitar que os resíduos caiam sobre os corais. Essa bandeja é um tablado que protege toda a área e garante o mínimo impacto possível ao meio ambiente”, destacou Teógenes Café.
O projeto já possui licenciamento ambiental outorgado pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). Segundo Gustavo Lopes, presidente do órgão, todos os trabalhos têm sido realizados dentro das conformidades legais e em plena sintonia com o IMA.
“A Seinfra está bem alinhada, tem sido uma grande parceira e estaremos juntos do começo ao fim da obra. Inclusive, nossos técnicos farão palestra inicial para os operários envolvidos no projeto. O Marco será construído em uma área bastante sensível e a pasta tem essa consciência”, enfatizou Gustavo Lopes.