“Margem”, novo álbum de Adriana Calcanhoto, fala de amores, dores e chama atenção para a poluição ambiental
O *Notícias40Graus* conversou com *Adriana Calcanhoto sobre o seu novo álbum.
Por Janaina Ribeiro
Ela é cantora, compositora, intérprete, instrumentista, produtora musical, arranjadora, escritora, ilustradora brasileira e, para completar, também emergiu no mundo da educação e se tornou professora da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde passa boa parte de seu tempo. Estamos falando de Adriana Calcanhoto, gaúcha de Porto Alegre que, agora em 2019, chega ao 22o álbum da sua carreira. *Margem* é o nome do disco lançado no início deste ano, e ele põe fim à trilogia composta ainda por *Marítimo* e *Maré*, trabalhos que datam dos anos de 1998 e 2008, respectivamente.
O Notícias40Graus conversou com *Adriana Calcanhoto sobre o seu novo álbum. Ela contou sobre o fascínio que tem pelo mar, o que a levou a fazer a trilogia envolvendo essa temática. A artista também falou que *Margem* é um grito de socorro contra as agressões ambientais que tanto poluem os oceanos.
Confira, então, como foi o nosso bate-papo com ela!
A sua trilogia sobre o mar se encerra agora, com o álbum Margem. Você sempre teve uma espécie de fascínio pelas águas salgadas?
De certa forma, sim. O mar é essencial, é absoluto, é por isso que é tamanha a fonte de inspiração para artistas de todos os tempos.
Você já declarou, em entrevistas passadas que, quando fez Marítimo, não imaginava que ele renderia, tempos depois, outro disco com temática semelhante. E nem que esse trabalho ligado ao mar resultaria numa trilogia. O que te levou a compor o segundo e o terceiro álbuns envolvendo esse mesmo elemento: o mar?
Por ter constatado que mudando de um bairro para o outro no Rio de Janeiro, saindo do Jardim Botânico e voltando para Ipanema, me dei conta da diferença que fazia na minha vida estar ou não perto do mar. A volta para Ipanema me confirmou uma série de coisas relativas ao mar. Quando eu vi que tinha repertório e desejo de fazer o segundo disco, aí eu achei que poderia, então, ser uma trilogia. Também não tinha ideia de quando seria o terceiro, se a trilogia seria encerrada ou não, agora sabemos que sim.
Entre Marítimo, que foi de 98, Maré, produzido em 2008 e, agora, o disco Margem, você levou uma média de 10 anos. Por que esse lapso temporal? Você considera que foi muito tempo entre um e outro, ou foi o tempo necessário para que sua sensibilidade aflorasse para voltar a falar sobre o mar?
Entre o lançamento do primeiro e o de “Margem”, fiz outras coisas e com um tempo solto, sem expectativa. Estava fazendo este disco só para mim, com um repertório que demorou para virar um álbum, até gravar. Ele foi gestado com todo o tempo do mundo porque não tinha um compromisso de data.
Você tem comentando que o barulho do mar causa um grande efeito sobre si própria. Alguma canção que considere mais especial e que consiga refletir esse impacto sonoro vindo das águas? E se existe, qual é a música?
Impossível escolher uma canção mais especial, rsrs…
Margem fala sobre amores, paixões, dores, sempre com elementos marítimos nas composições. Mas, para além disso, ele também faz uma analogia à poluição nos oceanos. Esse atual trabalho também tem um ‘quê’ de protesto político contra as agressões ambientais, certo?
Sem dúvida. Também é um grito para a questão ambiental.
Apesar de novos álbuns serem lançados periodicamente, há aquelas canções que marcam o público e que, exatamente por isso, é quase impossível impedir que os fãs peçam para que sejam tocadas nos shows. Há delas nesse espetáculo? Quais são?
O show traz as músicas novas do álbum “Margem”, mas também é um compilado da trilogia do mar, que também inclui os discos “Maritmo” e “Maré”. Mas como meus shows não são algo rígido, me dou a liberdade de inserir músicas do meu repertório dependendo da apresentação.
Há quase um ano, a Adriana não voltava a Alagoas. O que o público deve esperar desse seu novo show?
É sempre um prazer voltar. Podem esperar um espetáculo com muita canção do mar.