Mestres do Patrimônio transmitem saber popular para novas gerações
Título é oferecido pela Secult aos alagoanos e alagoanas que se dedicam a preservação da cultura popular do estado
Assessoria de Comunicação / Filipe Martins
Claudeonor Teixeira.
Das mãos que moldam o barro e tecem a renda às mentes que gravam as cantigas dos folguedos mais tradicionais, os Mestres do Patrimônio Vivo de Alagoas são verdadeiros ícones da cultura local, que dedicam suas vidas ao saber popular e sua perpetuação dentro do nosso estado. São eles que resistem e lutam para que as raízes de muitas tradições permaneçam vivas.
Desde danças, folguedos, literatura oral e escrita, gastronomia, artesanato, música, e outras manifestações culturais são diversas as áreas, e os nomes, que ajudam a manter viva a cultura do estado.
Reconhecida em 2011, Mãe Neide, que também é embaixadora da gastronomia brasileira, reconhece que o título não é uma conquista individual “Esta é uma vitória do meu povo, da minha religião, para que eu possa repassar os saberes, mantendo o resgate da nossa religião e da nossa vida ancestral”.
Conhecida como Mãe Neide Oyá D’Oxum, a Ialorixá nasceu no município de Arapiraca-AL e mantém um centro de cultura afro – Centro Espírita Santa Bárbara, no Conjunto Village Campestre, onde mantém curso e oficinas profissionalizantes e trabalha em prol da melhoria da comunidade.
Mestre Claudenor, reconhecido em 2013 se empenha na tarefa de passar para as novas gerações sua técnica, tradicional de Penedo “Sempre que posso realizo essas oficinas com cerca de dez alunos por turma. Mas é no dia a dia aqui mesmo no meu ateliê que repasso meus conhecimentos àqueles que têm interesse e me procuram”.
Com inspiração em técnicas do século 18, herdadas da Escola de Santeiros de Penedo, ele imprime seu próprio estilo nas peças, com traços e expressões peculiares. “Apesar das técnicas que aprendi terem base nas escolas de belas artes portuguesa, alemã e italiana, as esculturas que faço trazem as características e traços da fisionomia do povo do brasileiro, nordestino e, em especial, do alagoano”, explicou.
Registro do Patrimônio Vivo
A Lei do Registro do Patrimônio Vivo do Estado de Alagoas (Lei nº 6.513, de 22.09.2004, alterada pela Lei nº 7.172, de 30.06.2010) reconhece hoje 40 Mestres e Mestras, que além do título conferido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), recebe também uma bolsa vitalícia no valor de 1,5 salários mínimos.
Aberto desde o dia 27 de abril, o edital da Secult para o reconhecimento de três novos mestres estará disponível até a próxima quarta-feira (26). As vagas eram ocupadas pelos mestres Juvenal Domingos, Jaçanã do Pandeiro e Arthur Moraes, que faleceram ano passado.
Os candidatos devem se inscrever através de um formulário padrão disponível no portal da Secult e entregá-lo devidamente preenchido no setor de Protocolo da Secult, de terças e quartas feiras, das 09h às 12h, ou enviar pelos Correios, por A.R. ou Sedex. O edital completo e documentos necessários estão disponibilizados no endereço eletrônico www.cultura.al.gov.br.