Nova ameaça: conheça zika vírus, o primo da dengue

Sintomas do vírus são semelhantes aos da dengue, mas com menos gravidade

Nova ameaça: conheça zika vírus, o primo da dengue

O vírus da dengue é transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que se multiplica em recipientes que contenham água parada. Entretanto, esse não é o único risco trazido pelo mosquito. Além da dengue, o Aedes aegypti tem todas as condições de transmitir os vírus da Chikungunya e Zika. Relativamente ‘novas’, elas têm colocado a população em estado de alerta.

Embora tenham características distintas, os sintomas das três doenças são semelhantes: febre, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, diarreia, náuseas e mal-estar. “Na febre zika eles geralmente são mais brandos e raramente tendem às complicações da dengue como sangramentos, acometimentos de sistema nervoso (encefalite), fígado (hepatite), coração (miocardite); na chikungunya, a febre é alta e as dores articulares são bem mais proeminentes podendo perdurar, em casos especiais, por anos”, explica o infectologista do Hapvida Saúde, Alfredo Pasalaqua.

Além dos sintomas citados, também são sinais da infecção pelo ‘zika vírus’ fotofobia, conjuntivite e exantemas (erupções cutâneas) por todo o corpo acompanhados de coceira intensa. O período de incubação varia entre 3 e 12 dias após o contágio pelo mosquito. A doença, que foi isolada em humanos pela primeira vez em meados da década de 1960, estava restrita a nações africanas e em partes da Ásia, mas com o passar do tempo se espalhou entre outros territórios. “O ciclo de vida do Aedes aegypti é de cerca de 30 dias, tendo os machos um ciclo mais breve que as fêmeas. Sendo esse tempo suficiente para uma fêmea infectada chegar a outros lugares”, afirma Alfredo.

“A instalação do vírus no Brasil se tornou favorável devido, ao vetor [Aedes aegypti] estar presente em grande quantidade em todo território nacional. Viagens entre continentes a passeio, trabalho, e eventos mundiais – como a Copa do Mundo, no ano passado – acabam possibilitando a ‘importação’ do vírus”, conta o médico.

Apesar de as medidas de prevenção serem semelhantes às da dengue, nem mesmo a diminuição dos casos graves da doença pode afastar o risco da zika em Alagoas. Segundo especialistas, o exame para detecção de dengue pode ser positivo quando aplicado em pacientes com o zika vírus, pois são doenças do mesmo grupo. Num estudo feito de 1º de janeiro até 4 de maio deste ano, foram registrados 6.566 casos da dengue e pelo menos 16 municípios alagoanos estão em estado de epidemia, e apesar de não existirem casos confirmados do zika no estado, os quadros são “muito sugestivos”.

O infectologista conta ainda que o mesmo tipo de medicamento não recomendado em caso de dengue, também deve ser evitado na suspeita do Zika vírus. “É prudente evitar drogas como anti-inflamatórios não hormonais, pois existem relatos de hemorragias que se agravaram após o uso. O tratamento é similar ao da dengue e baseado no uso de paracetamol para febre e dor”, alerta sobre o vírus, que é menos agressivo e mortal que a dengue, pois não evolui para a forma hemorrágica e tendem a desaparecer rápido.

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