Oscar 2019 pode ter filme de cineasta alagoano inspirado no poeta Jorge de Lima

Cacá Diegues apresentou 'O Grande Circo Místico' nesta terça, durante coletiva; estreia no Brasil será no dia 15

Gazeta Web

Oscar 2019 pode ter filme de cineasta alagoano inspirado no poeta Jorge de Lima

Durante entrevista coletiva nesta terça-feira (6), o cineasta alagoano Cacá Diegues falou sobre o lançamento do filme O Grande Circo Místico. O longa foi indicado pelo Brasil na categoria Filme Estrangeiro no Oscar 2019. Além dele, também participaram da coletiva, realizada no Teatro Deodoro, duas atrizes gêmeas que fazem parte do elenco, Amanda e Louise Brito.

Durante a entrevista, Cacá destacou que o país vive, na atualidade, o melhor cenário do ponto de vista do cinema brasileiro, com a produção de cerca de 180 a 200 grandes filmes por ano. “É uma produção diversa, assim como é a identidade brasileira”, pontuou o alagoano.

Sobre o Oscar, Cacá se disse privilegiado por poder ter um filme representando o Brasil no prêmio, mas destacou que o verdadeiro juiz do cinema é o público. “O Oscar é um prêmio que dá muita promoção e é claro que é uma coisa que me deixa muito orgulhoso e empenhado. Agora, não podemos tratar o Oscar como se fosse um juiz supremo do cinema brasileiro. Ele revela um determinado gosto, mas que não necessariamente é o gosto do público. É o público que tem esse papel de juiz”, afirmou.

O filme de Cacá Diegues é inspirado em um poema do também alagoano Jorge de Lima. Fazendo uso do realismo fantástico, ele leva à telona as histórias de cinco gerações da família Knieps, dona do circo, mostrando também as pessoas que entram e saem de suas vidas e do picadeiro ao longo de 100 anos. Parte da trama se passa em um circo de Portugal, tendo em vista que a legislação brasileira não permite mais animais nesses ambientes.

“O filme recorre à tradição barroca do cinema brasileiro, mas com o incremento de aparatos tecnológicos que muito nos ajudaram”, falou, ressaltando ser ‘tarado’ pelo autor do poema que dá nome à trama. “Sou tarado por Jorge de Lima. O poema é deslumbrante,  fantástico, realmente extraordinário. Uma história da humanidade”, falou.

Cacá Diegues conta que não conheceu o poeta pessoalmente, mas que o pai dele era amigo de Jorge de Lima. Durante a entrevista, Cacá lembrou da sessão especial que o filme recebeu em Cannes e disse que o maior desejo, naquele momento, era que o poeta estivesse lá. “O meu maior desejo é que Jorge estivesse lá presente. Fomos muito aplaudidos e eu, realmente, só pensava nele”, pontuou.

No elenco do longa, estão atores já renomados, como Jesuíta Barbosa, Juliano Cazarré, Bruna Linzmeyer, Mariana Ximenes e Vincent Cassel. O novato Rafael Lozano faz o papel do patriarca e já foi bastante elogiado. O filme estreia no Brasil no próximo dia 15 de novembro.

Firme nas palavras, Cacá Diegues voltou a dizer o que já havia falado em entrevista recente. “A cultura tem que ser tratada com respeito, investimento e seriedade, independentemente de ministérios”

Por fim, Cacá disse que já está escrevendo seu próximo filme, não deu detalhes sobre, disse, apenas, que escreve para o presente, que não pensa com ambição no futuro e que do passado lamenta somente não ter a mesma condição física de outrora, já que hoje está com 78 anos.

Publicidade

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

Publicidade

Agenda