Papa Francisco alertou sobre IA, desigualdade digital e ética na tecnologia
Francisco reconheceu o potencial da IA, mas ressaltou a necessidade de um desenvolvimento responsável
.
A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, encerra um dos pontificados mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Líder de fala progressista e atento às transformações do mundo contemporâneo, Francisco deixa um legado que vai além da fé, abraçando causas sociais, ambientais e, mais recentemente, tecnológicas.
Em seus últimos pronunciamentos, o pontífice demonstrou profunda preocupação com os impactos da tecnologia e da inteligência artificial na sociedade, alertando para os riscos do aumento da desigualdade digital e a urgência de um desenvolvimento ético e responsável.
Durante o “Minerva Dialogues” – encontro promovido pelo Vaticano com especialistas em tecnologia – Francisco reconheceu o potencial benéfico da inteligência artificial, mas reforçou a necessidade de que seu desenvolvimento permaneça centrado no ser humano.
“É uma fonte de preocupação para mim que as evidências até o momento sugiram que as tecnologias digitais aumentaram a desigualdade em nosso mundo”, afirmou, reforçando que os avanços não devem intensificar disparidades sociais já existentes.
O Papa destacou ainda que os criadores de novas tecnologias, como a IA e o aprendizado de máquina, devem assumir um compromisso contínuo com a ética e a responsabilidade.
“Tenho certeza de que esse potencial só será concretizado se houver um compromisso constante e consistente por parte daqueles que desenvolvem essas tecnologias para agir de forma ética e responsável”, disse. “É reconfortante saber que muitas pessoas nessas áreas estão trabalhando para garantir que a tecnologia permaneça centrada no ser humano, eticamente fundamentada e voltada para o bem.”
Um legado progressista
Além da ética tecnológica, o Papa Francisco será lembrado por sua firme atuação em pautas como a defesa dos imigrantes, o acolhimento à comunidade LGBTQIA+ e o combate às mudanças climáticas. Suas posições, por vezes distantes da ala mais conservadora da Igreja, revelaram um líder comprometido com a justiça social, a inclusão e a solidariedade.
Francisco também soube utilizar as mídias sociais como ferramenta de aproximação com fiéis ao redor do mundo, mas sem deixar de alertar sobre os perigos do materialismo e da dependência tecnológica.
Sua mensagem encontrou eco não apenas entre católicos, mas também entre pessoas de diferentes crenças e culturas, consolidando sua imagem como um dos grandes líderes globais do século XXI.