Porto de Pedras pode receber projeto para melhor aproveitamento da casca de ostras

Município busca apoio do Sebrae Alagoas para replicar na região trabalho semelhante ao realizado em localidades do litoral sul do estado

Assessoria de Comunicação / Débora de Brito

Porto de Pedras pode receber projeto para melhor aproveitamento da casca de ostras

O projeto de melhor aproveitamento da casca do maçunim, sururu e ostra, que já é desenvolvido pelo Sebrae Alagoas nos municípios de Coruripe e Barra de São Miguel, pode chegar agora ao litoral norte do estado, dessa vez em Porto de Pedras. A Diretoria Executiva (Direx) da instituição se reuniu, na última terça-feira (17), com a secretária de Educação e primeira-dama da cidade, Márcia Cunha, e a deputada estadual Jó Pereira (MDB).

               Elas procuraram o Sebrae para obter informações de como inserir em Porto de Pedras projeto semelhante ao que é desenvolvido nos dois municípios do litoral sul, onde a casca de ostras e maçunim é usada como matéria-prima em diversas frentes comerciais, da decoração e artesanato à construção civil.

               “A gente vai trabalhar essas comunidades para uma melhor exploração tanto do fruto do maçunim em si, como um alimento, e também a sua casca, para fazer o melhor aproveitamento dela e poder agregar valor enquanto matéria-prima”, explica o superintendente do Sebrae Alagoas, Marcos Vieira.

“[A casca] pode ser usada na construção civil, na produção de tintas, ração para animais ou fertilizantes. São vários os usos da casca e a gente vai estudar como melhor utilizar esse material, para gerar valor para aquelas comunidades”, completa.

               A destinação ecologicamente correta da casca desses mariscos e moluscos também vai ajudar a resolver um problema muito comum, de ordem ambiental, que é a poluição no município. O acúmulo das cascas vai criando desequilíbrio ambiental nas localidades. Por isso, a utilização delas também é ventilada na produção de artesanato.

“São essas alternativas que nós vamos estudar. Vamos fazer uma reunião no próximo dia 31, em Porto de Pedras, para que a gente possa falar não só com a população daquele município, mas com toda aquela região. Já estivemos por lá num passado próximo, mas agora temos que retornar com os nossos técnicos, com o pessoal do IABS, da universidade, para melhorar a vida dessas comunidades”, destaca Vieira.

Parceria

O IABS citado pelo superintendente do Sebrae Alagoas é o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, que atua no estado por meio da execução de um programa de inserção socioprodutiva, com foco na melhoraria da qualidade de vida da população que vive do comércio de sururu, ostras e maçunim.

               A diretora do IABS para a região Nordeste, Roberta Roxilene, participou da reunião por meio de videoconferência. Ela enfatizou que em Porto de Pedras pode ser feito trabalho semelhante ao que já é realizado no litoral sul de Alagoas e citou como exemplo a produção de cobogós – estruturas vazadas que favorecem a ventilação e o aproveitamento da luz, com charme e design, após a instalação em paredes.

               “Cerca de 50% a 60% do cobogó é feito com a casca do maçunim por meio de uma parceria com a empresa Portobello”, revela. “O que acaba gerando um produto de valor agregado”, destaca Roberta, reforçando que a prática ajuda a mover a economia circular entre as comunidades de catadoras de sururu e maçunim.

Zezinho Nogueira, presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae Alagoas, avalia que a iniciativa de Porto de Pedras, em buscar informações junto à instituição, é um passo importante para tentar agregar valor ao maçunim, principalmente por fomentar a economia circular. “Também vai ajudar no estudo para o desenvolvimento de novos produtos”, prevê.

               A secretária de Educação de Porto de Pedras e primeira dama do município, Márcia Cunha, lembra que a cidade deve receber em breve a certificação Bandeira Azul, selo internacional que reconhece atividade do turismo responsável na região.

“No caso do município, o selo se deve ao projeto piloto que é desenvolvido na Praia do Patacho. Por isso é tão importante iniciarmos esse trabalho junto às comunidades de catadoras de maçunim da região”, observa ela.

O programa Bandeira Azul é desenvolvido pela organização internacional, não-governamental e sem fins lucrativos FEE (Foundation for Environmental Education).

Também participaram da reunião o diretor técnico do Sebrae Alagoas, Vinícius Lages; o diretor administrativo e financeiro, Roberval Cabral; e a analista da Unidade de Soluções e Inovações (USI) da instituição, Ana Madalena Sandes.

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